Eu vivo aí reclamando, que as pessoas que eu mais considero com amigas, aquelas das quais eu posso contar, sempre se afastam de mim no final das contas. De fato isso é uma verdade.
Eu fico reclamando e tal, eu queria tudo mundo de volta, mas eu bem sei que elas se afastaram porque elas não aguentaram mais. Tipo, as pessoas tem seus limites e ninguém gosta de gente que reclama o tempo inteiro, principalmente das mesmas coisas. Pode ser até que a pessoa queira ajudar, mas como chega um limite do qual ela não consegue fazer mais nada, se a pessoa não muda, ela devagarinho vai afastando. É ruim se sentir impotente e pessoas tristes quer queira, quer não, deixam a gente down, ainda mais quando a gente se importa.
Se você for perguntar por aí, pros meus colegas de faculdade, ou aqueles amigos que eu só falo raramente quando encontro em algum lugar, eles vão dizer sem sombra de dúvida que eu sou uma pessoa no mínimo risonha, talvez alguns adicionem estranha, estabanada e tal hahaha mas em geral, alegre.
É muito raro eu andar por aí de cara fechada. E sempre que encontro alguém, eu nunca falo sobre lamentações e etc..
Eu faço isso por dois motivos, o primeiro é que como todo mundo sabe, e eu já até disse, ngm gosta de ficar ouvindo reclamações e coisas tristes. Segundo é que nem sempre que você se mostra, você recebe aquele conselho carinhoso de volta. As vezes as pessoas não entendem e só falam coisas que só pioram a situação.
Eu andei pensando, e desde pequena eu tenho meus pepinos, em relação a amizades e tal, eu sempre me dei muito bem com minhas primas mas sempre fui um fiasco no colégio, a mais zoada de todos os tempos. Ninguém queria brincar comigo e quando vinham e eu acham que estavam de boa vontade, era só pra arrumar um jeito pra me deixar sem graça pra que todos rissem. Daí em geral eu preferia ficar sozinha na minha.. eu sentava todo dia no mesmo banco e assistia todas a crianças correrem ou conversarem com alguém em volta do pátio.
Eu aprendi rápido que é melhor ficar sozinha do que mal acompanhada, e acho que daí em em diante, cada vez mais eu fui aprendendo a construir minha máscara. Mas em geral mesmo com ela, por muito tempo eu ainda tive problemas em me adaptar, principalmente no colégio, onde todos tinham que ser normais e lindos e eu sempre fui estranha.
Quem me conhece sabe, não ando certo, tenho uma postura esquisita hehehe, sou desastrada ao cubo e etc..
As coisas só começaram a melhorar depois que sai do ensino médio. Melhoram mais ainda quando entrei na faculdade, lá nunca ninguém deixou de falar comigo porque eu era louca.
Mas também eu era muito tímida quando menor e com o tempo eu acabei aprendendo a me virar e falar as coisas quando é preciso, então hoje em dia eu não tenho muitos problemas em fazer colegas, falar besteiras e rir.
okay, eu fui dando um jeito de me adaptar e montei com um tempo essa proteção, mas eu descobri recentemente uma coisa da qual essa máscara que eu construí me atrapalha pra caramba. É lá na terapia: com eu tô tão acostumada a ficar bem quando eu tô lidando com pessoas cara a cara, ainda mais quando aquela pessoa não está entre os meus amigos queridos, eu nunca consigo ser lá, a mesma que eu sou aqui. É muito automático, por mais que eu esteja um caco do caco, lá eu pareço a pessoa mais animada de todos os tempos. Eu já tentei mudar mas, eu simplesmente não sei o que fazer, na hora que eu vi, o teatro já foi executado e eu tô indo embora, aparentemente bem, mas não tendo falado e nem demonstrado um terço do que era realmente pra ter.
Bom, ainda sobre isso, também por conta desses episódios todos na infância/adolescencia e etc, eu nunca fui provida de muitos amigos. E os poucos que tive, me liguei muito a eles. Sou uma pessoa que me apego facilmente, se a pessoa der abertura.
Mas aí que reside o perigo, todos precisam de colocar as coisas pra fora de vez em quando né? E pessoas um pouco depressivas assim como eu, tem horas que não sabem onde enfiar tantos sentimentos e precisam de conversar com alguém pra ver se alguma coisa se encaixa.
Entre meus poucos amigos, as vezes um ou no máximo dois eu sabia que eu podia contar minhas esquisitices e meus problemas. E contava.. mas é como eu disse lá em cima, ninguém aguenta pra sempre e tudo em cima de uma pessoa só, é pior ainda. A pessoa se importa com você e ela vai tentar te ajudar o máximo que puder, mas.. nem sempre eu enxergo o limite de até onde ir, ou as vezes até enxergo, mas a pressão é tão grande dentro de mim e eu me deixo falar demais..
Ninguém aguenta né? Acho que nem eu.. e aí eles foram embora, devagarinho, um por um.. eu vou arrumando outros de tempos em tempos pra preenche o vazio dos que foram mas eu não consigo me desligar de ninguém muito fácil.
Cada passo que foram dando pra longe, foi sentido e é sentido até hoje. Não foi nada fácil.. pode até ter sido devagar, mas doeu de todo jeito.
Creio que isso está ligado com meu problema de aceitação, de que as coisas vem e vão e tal.. mas acho que isso fica pra outro post.
O que eu quis dizer escrevendo isso tudo é que sim, eu sei porque se afastam, não acho também que a culpa seja total minha, sempre tem um teco de cada um e cada caso é um caso. Mas em geral, eu sei o que fez que seguissem por outros caminhos.. afinal, a vida continua, todo mundo anda, todo mundo muda.. e sei lá porque eu fico aqui agarrada com os mesmos velhos sentimentos.
Agora, eu to tentando maneirar um pouco nas coisas que compartilho com as pessoas que se importam comigo e que eu confio, mas de vez em quando eu acho que vou explodir hahaha.
Daí eu lembro que o blog existe, ponho as ideias em ordem (quando dá né) e venho aqui e escrevo essa merda toda XD
Mas aos que interessam, eu sei que eu venho aqui e escrevo um tanto de coisa dark, mas eu tento me manter em pé fora daqui.. e vão existir (assim como acho que já devem ter existido em algum lugar distante desse blog) dias que eu postarei algo que não dói.
Esse post foi especialmente pra dizer que eu meio que entendo como a coisa toda funciona, mas nem sempre entender faz a coisa ficar mais branda. Mas como todos dizem, já é um inicio, né?