quarta-feira, 13 de março de 2013

decision time.




Which way to go?

Vamos começar com uma pergutinha básica que tem me agoniado durante algum tempo: pessoas devem trabalhar no que gostam ou devem aprender a gostar do que trabalham?
Eu sempre acreditei até hoje, que as pessoas só são felizes quando trabalham no que gostam, e inclusive elas só ganham dinheiro se gostarem do que fazem. Quando você ama o que você faz, você faz com gosto e faz bem, se faz bem vira um bom profissional na área, se você é bom, ganha dinheiro.
Acho que os objetivos da minha vida, são baseados nisso daí. Eu quero feliz, e quero ser feliz com o que faço, assim poderei ganhar um bom dinheiro com isso e ficar bem tanto nas minhas horas vagas quanto nas de trabalho.
Tenho plena consciência de que nem todo trabalho é perfeito e tem hora que a gente cansa, tem hora que enjoa e etc, mas se em 80% do meu tempo eu estiver satisfeita com o que faço e com o lugar onde trabalho, já vai estar ótimo.

Quando entrei pra essa empresa onde trabalho, entrei só porque estava atoa e porque queria dinheiro. Não imaginava ficar, aliás, entrei com planos de sair assim que a greve da universidade acabasse.
Porém, contudo, entretanto, todavia, eu sou uma pessoinha um pouquinho acomodada e eu fui ficando. Eu entendi desde o início que eu ia ter que trabalhar muito (finais de semana e feriados) e ganhar pouco mas eu estava bem lá. Eu conheci um monte de gente nova e eu ria bastante durante minhas horas de trabalho. De repente eu me vi envolvida e um novo universo inteirinho se abriu diante dos meus olhos (clichê!). As pessoas começaram a gostar do meu trabalho e eu fiquei muito feliz com isso. Me foi oferecida um oportunidade de crescimento e eu vi pessoas crescendo rapidamente, achei muito legal. 

Mas nem tudo são flores, e mesmo se fosse, algumas flores tem espinhos. Dentro desse universo novo, eu também vi desde o início que o ambiente que a empresa proporciona pro funcionário trabalhar era péssimo e que a gente fazia serviço de duas pessoas e ganhava pra uma só. Que a pressão era enorme e que os processos a serem cumpridos não iam de acordo com o tanto de metas a serem alcançadas.
Mas eu tava bem, eu não tinha uma ligação direta com a pressão toda e o dinheiro tava me satisfazendo, afinal, eu precisava um pouco dele.

O problema todo foi que assim que o tempo foi passando, meu sentimento de tranquilidade com aquilo foi se esvaindo. Cuidar de dois setores, correr contra o tempo, ocultar coisas, ser cara de pau e insensível. Uma hora eu me vi fazendo essas coisas, que eu sempre julguei erradas, e não me importando com isso. Uma hora eu me vi, sendo ridícula e achando isso normal.

Quando eu realmente pude enxergar isso, tudo de bom que eu tinha visto no início foi por água abaixo, porque pra mim não importa ter oportunidade de crescimento se estou indo contra minha própria índole. Mas ainda assim eu continuei. Fiquei com objetivos de ser promovida, ganhar um salário e cair fora daquele inferno que de repente tudo pareceu ser.

Ainda tenho esse objetivo, mas tenho medo de chutar o balde pra uma oportunidade que está sendo dada. Meio que me foi oferecido mais do que essa promoção, disseram que tenho o perfil da empresa (ainda não consegui julgar se isso é bom ou ruim u.u) e que eu posso crescer rápido se tiver força de vontade e demostrar interesse. E que os cargos superiores são bons e que ganham um dinheiro bacana.

Uma pessoa em especial (a supervisora) disse em uma conversa que quando ela entrou também não tinha objetivo nenhum de ficar e que só queria o dinheiro. Mas que foi se envolvendo.  Disse que também teve muitas dificuldades e que pensou em sair, mas que agarrou a oportunidade e que agora estava satisfeita com o que fazia e era feliz com aquilo. E que ela concorda que as pessoas não trabalham só por dinheiro, que trabalham pra se sentirem satisfeitos, mas que você aprende a gostar do que faz e não simplesmente caí do céu algo que você gosta de fazer.

Não sei, ponderei bastante e ainda não consegui decidir se quero ser essa pessoa que ela é. Não que ela seja má pessoa, com certeza não é, gosto um bocado dela. Mas sei lá, no fim acho que foi só uma lavagem cerebral que ela recebeu. Eles fazem isso, criam robozinhos, só que nem todo mundo vê. Tem muita gente que precisa mesmo do dinheiro e vai aprendendo a conviver com aquilo e acha um máximo pertencer a aquele lugar. Acho que foi o caso dela.

Bom, o interessante do meu texto é que teoricamente eu pareço bastante decidida né? Até porque eu tô de saco cheio, tô contanto as horas pras minhas férias, e ainda vou ter que trabalhar mais 5 dias, que tenho certeza que vão passar se arrastando. 
Mas o fato é que, sei lá, eu vou sair, e não ter dinheiro (sendo que preciso) e ficar "atoa" de novo.



Eu fico com essa sensação estranha de desistência e de que estou fechando uma porta que poderia ser a certa. Mas ao mesmo tempo eu tô esgotada, eu não quero nem pisar meu pé naquele lugar.
Não por causa das pessoas, eu já disse, eu gosto pra caramba de todo mundo de lá, mas pelo fato de que eu não quero mais ir contra meus princípios. E não tem muito como não fazer isso...

Eu não quero me tornar um monstro ou um robô. Eu quero ter direito a descansar nos meus finais de semana e de ficar em casa quando eu ficar doente.

Acho que o problema é que eu me importo muito com a verdade. Talvez se eu fosse mais ambiciosa e quisesse ter dinheiro não importa de que forma, eu estaria lá.

O engraçado é isso, eu sei que se eu quisesse, eu conseguiria ocupar um cargo bom. Até porque quando eu assisti a primeira promoção de funcionários eu pensei comigo mesma: "estarei lá um dia". E aparentemente vou estar.

Bom gente, eu sei que o post ficou massante, e que ficou menos filosofia e mais informações, mas eu precisava de contar essa saga.

Espero que depois das férias eu tenha me decidido com certeza.

Inté.

Assistam esse vídeo que eu achei muito bom. Acho que realmente pertenço a essa new generation.

All work and all play (legendado) from Box1824 on Vimeo.