quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eu entrei em Artes e me deparei com a Arte : Parte III


Diante desse tumulto todo que foi a entrada da arte-educação na minha vida, eu entrei em depressão. Entrei em depressão e fui parar na psiquiatra. Não me importo em dizer, de longe foi uma das melhores coisas que me aconteceu. No início eu tive que tomar um remédio, mas de acordo com a evolução do tratamento, eu pude eliminar o remédio e ficar só com a terapia.
Nesse espaço de tempo comecei a procurar coisas que eu realmente gostava da fazer e redescobri meu gosto pelo desenho. Encontrei um site de rede social especializado na divulgação de arte/artesanato em geral chamado DeviantArt (DA). Frequentando ele, descobri que existiam muitas pessoas que eu julgava ter um nível de desenho abaixo do meu, expunham seus trabalhos e muitas pessoas adicionavam esses trabalhos como “favoritos” e comentavam.
Por conta disso, resolvi criar um perfil e adicionar os meus desenhos, ganhei alguns comentários e fiquei feliz, comprei uma mesa digitalizadora, fiz mais desenhos e ganhei mais alguns “seguidores” e isso foi me estimulando a desenhar melhor. Procurei tutoriais na internet em forma de imagens, vídeos e etc. Procurei estilos de desenhistas para referência no próprio DA e fui devagarinho me aperfeiçoando.
Devo admitir porém que não busquei me aperfeiçoar em desenho com base no que eu aprendi e estava aprendendo na disciplina de desenho na universidade. Acredito que isso não tenha acontecido por dois motivos. O primeiro é que em geral eu tenho muita dificuldade em absorver os conteúdos explicados em disciplinas, quando as coisas são obrigatórias elas perdem a graça e eu acabo por fazê-las só por obrigação. Uma vez que desenho é uma disciplina obrigatória e eu tinha que concluí-la isso fez com que aquilo se tornasse chato e feito somente por obrigação, sendo assim eu não consegui permitir absorver os aprendizados, fazia só por fazer.
O segundo fato é que essa dificuldade de absorção de conteúdos diante de coisas obrigatórias agravou depois de um episódio de desentendimento entre eu e o professor que lecionava a disciplina de Desenho I, no primeiro semestre do curso. Em sua segunda aula, ele pediu que todos os alunos fizessem um desenho livre (creio que para avaliar os conhecimentos na área que a turma em geral possuía). Eu fiz um desenho qualquer (homens em um castelo atirando fechas e lanças em um dragão voador que soltava chamas) com uma qualidade técnica bem péssima, (alguns homens eram até de palitinho) mas o que eu queria passar com aquele desenho é que em geral meu conhecimento de desenho era baixo ou nulo.
Passando pelo meu desenho o professor olhou e disse que estava ruim, que era pra eu jogar fora (sim, jogar fora no lixo) e fazer um novo. Não lembro se fiz, mas se fiz foi muito a contra gosto, porque não consegui entender bem como um desenho livre poderia estar errado. Em outra aula, ele pediu que trouxéssemos um desenho de natureza. Sinceramente não lembro que desenho que eu fiz, mas dessa vez tentei me empenhar mais para que ele não quisesse jogar meu desenho fora. Esse professor fazia questão de passar de desenho em desenho com a turma toda reunida em volta dele para dar seu aval. Quando finalmente chegou ao meu, ele olhou e não fez críticas sobre as técnicas como vinha fazendo com os outros, simplesmente tirou do bolso da blusa um cartão vermelho (desses de juiz de futebol) e disse: “para o seu desenho, cartão vermelho!” e levantando o cartão em minha direção deu uma grande e sonora gargalhada, que fez com que a turma toda se juntasse a ele.
Não bastando esse último episódio constrangedor, ainda existiu outra aula em ele pediu que fizéssemos em casa um desenho utilizando a técnica de aquarela. Ele não ensinou nada sobre aquarela, e quando eu cheguei na aula com meu desenho, ele disse que estava errado e não era assim que era utilizada a aquarela. Ainda tentei perguntar como era feita a utilização dessa técnica, mas fui completamente ignorada. Não conseguindo compreender qual era o real propósito daquela aula e como o professor julgava os trabalhos, desisti da disciplina.
Aqui posso fazer de novo um link com o que estava discutindo em arte-educação ali em cima. Para todas as disciplinas da universidade existe uma ementa, e ementas servem para serem seguidas. A ementa das disciplinas de desenho foi pensada para todos os tipos de alunos que ingressam nesse curso de artes. Na universidade na qual me encontro, não existe prova de habilidades artísticas, nem em desenho e nem em qualquer outra disciplina de aprendizado técnico. Sendo assim, não se pode julgar errado em questão de conhecimento técnico um desenho que foi considerado de cunho livre. Também não se pode julgar errado o uso da técnica aquarela sendo que não foi previamente ensinada. Aliás, aquarela nem está não está na ementa de Desenho I.
O que aconteceu foi que, logo no meu primeiro período do curso de artes, me deparei com um professor, do qual não apresentou a ementa, não apresentou cronograma de aulas e principalmente não seguiu (nem de longe) o que era proposto na ementa. Levou em conta o talento (talento aqui vai tanto para os que dotavam de conhecimento técnico quanto para os que não o tinham, mas tinham potencial e/ou sabiam utilizar desses conhecimentos mesmo não os tendo estudado) de alguns, desprezou os outros, passou os “queridinhos” com notas altas e os não eram com notas 5,0.
Enfim, apesar desses acontecimentos terem de alguma forma bloqueado meu desejo de desenhar por um período de tempo, logo que entrei para a terapia e encontrei o DeviantArt eu consegui supera-lo e hoje gosto muito de desenhar e quero aprender cada vez mais.
Dentro dos meus desenhos e dos desenhos que tomei como referência, encontrei a ilustração. Porém a ilustração é o que eu denominei no começo do texto de arte-não-arte. Ilustração não é artesanato e também não é arte (apesar de eu achar que sim, é arte). O problema todo da arte é que quando houve o rompimento para a arte contemporânea, passou a existir uma aversão a tudo que ficou pra trás do rompimento. Toda produção artística daquela época, continuou sendo considerado arte, porém não se podia mais utilizar daqueles daquele mesmo pensamento para criar arte contemporânea. Sim, eu compreendo o rumo da história da arte e a necessidade do rompimento, eu também compreendo a aversão. A arte “evoluiu” passou de ser só técnica para ser pensamento.
O que eu entendo, porém, é que o tempo em que se deu o rompimento, também já passou, e hoje a necessidade talvez seja outra. Eu não consigo ver hoje, a arte só como pensamento. Eu acredito numa arte em que a mensagem a ser passada é a mesma para todos que apreciam. A professora da disciplina de  “Arte não Escolar” escolar estava criticando em uma aula dela uma das fases do artista brasileiro Artur Barrio, dizendo que achava que em suas obras chamadas “Trouxas Ensaquentadas” (em que numa época de ditadura brasileira ele cria trouxas feitas de saco de farinha contendo sangue e várias outra coisas consideradas nojentas e espalha pela cidade do Rio de Janeiro) o artista teve uma fase ruim pois em geral não considerava as trouxas como obra de arte já que a mensagem que ele quis passar com elas era muito clara e todo mundo entendia, ou se não entendia, ao menos compartilhava  do mesmo sentimento de horror que elas causavam.
Então, quer dizer que só porque não há uma multiplicidade de questionamentos e sentimentos diante de uma obra, ela deixa de ser arte? É por isso que ilustração não é arte? Porque exige técnica e porque a mensagem que você quer passar é muito clara? Será que não vamos superar isso? Acho tão complicada essa parte, do ser ou não ser arte.
Engraçado como os papeis foram trocados né? Antigamente ser o detentor da técnica e fazer reproduções realistas era arte, e só quem podia ter eram pessoas da elite. E agora o que é válido é somente o pensamento, e só consegue compreender esse pensamento quem é da elite. Que coisa...
Estou eu aqui, agarrada numa é arte-não-arte, porque não cabe no universo da arte mas também não cabe no artesanato. É o pior é que é assim para todas as artes manuais das quais eu me interessei. Fotografia por exemplo, se você não tiver o olhar artístico (o que em fotografia complica mais ainda, o julgamento) não conta, foto por foto todo mundo tira. Em cerâmica também, em serigrafia também.  Em que espaço que eu estou?
Eu sinceramente não quero me considerar artista, não ainda. Não quero vestir essa manta de que tenho um quê de que ninguém consegue entender. Quero me fazer entender por tudo que eu fizer e algum dia, eu fizer algo para considerar obra de arte, eu quero que entendam da mesma forma que eu entendi. É minha arte, e daí? Eu tenho o direito de querer explica-la, eu tenho o direito de querer que todo mundo entenda de uma maneira só, e não, eu não concordo que isso resultará na perda da sua essência. Eu não me canso de olhar algumas ilustrações e me perder nos detalhes que saíram da mente daquela pessoa, de me encantar, de passar horas pensando sobre aquilo, mesmo entendendo a mensagem que quis ser passada.
Existe um artigo do Thierry De Duve que eu li chamado Quando a forma se transformou em atitude – e além, que fala justamente sobre essa passagem do rompimento da arte antiga para a contemporânea e como a academia ficou diante disso tudo. Ele não tem uma conclusão no final do artigo, mas é interessante pra gente pensar. Creio que isso justifique um pouco o pensamento de alguns professores como esse que lecionou desenho no meu primeiro período.
Muitos ainda estão agarrados lá no rompimento, e acreditam que técnica não é mais arte e inibe o pensamento criativo de casa um. Mas veja, se você detém o conhecimento, pode fazer inúmeras coisas com ele, e se você não o tiver, aí sim vai ficar podado. Conhecimento nunca vai impedir a criatividade, conhecimento caminha junto com a criatividade, quanto mais aprendemos, mais aumentamos nossa visão. E como eu já disse também, passar o conhecimento técnico não significa que está eliminando outras possibilidades.
Eu tive professores magníficos em outras disciplinas e até mesmo em desenho, que souberam passar a técnica como era prevista na ementa e ao mesmo tempo souberam apresentar como elas foram utilizadas na arte contemporânea. Acredito também que da parte dos alunos é interessante saber filtrar, temos que entender que entramos na universidade para aprender o que for que estiver lá, para fazer os exercícios propostos, e se não for do nosso interesse é só não utilizarmos mais em nossos trabalhos pessoais. Claro que não é pra ficarmos cegos e não criticar as coisas, nada cresce se continuar do mesmo jeito pra sempre, mas cabe a nós (e também aos professores) ponderar um pouco antes de julgar e/ou criticar a proposta de ensino.
Por fim, depois de tudo que passei, posso dizer que ainda me sinto um pouco perdida, ainda não sei se me encaixei na arte da maneira como ela é vista hoje, e de novo eu digo: eu entrei para Artes e me deparei com a Arte (e fiquei perdida: Parte III).  Não sei se o que faço com as ilustrações é arte, mas penso que se não for também, não tem problema. O importante é que no fim depois de tantos desapontamentos eu descobri que gosto de desenhar e gosto bastante de artesanato em geral também. Sim, artesanato mesmo, pintar caixinhas, encapar e costurar cadernos dentre outras mil outras possibilidades do artesanato.
Eu amo muito tudo que é manual e tudo que requer técnica. Todos os testes vocacionais que já fiz até hoje, nenhum deles foi voltado para a área de humanas, e muito menos para artes. Chega a ser engraçado né? Minha mente é um tanto lógica, e é por isso que eu gosto das coisas certinhas e com sentido. Hehehe. De fato eu não gosto muito de arte erudita, na verdade, não que eu não goste, eu acho bacana muitas das exposições, eu só não gosto de ficar lá, horas tentando entender do que se trata aquilo tudo e não gosto muito de como funciona os espaços expositivos.
Às vezes eu tenho uma revolta enorme contra essas coisas todas que discuti aqui no texto e quero vestir a camisa e lutar por todas essas causas que acredito, mas por outro lado é muita briga pra ser comprada e talvez eu prefira fazer ilustrações e artesanatos e ser feliz. (:
É um pouco triste, eu sei. Afinal, se as pessoas não se mobilizarem para fazer valer o que elas pensam nada vai pra frente. Mas essa luta me parece muito árdua e meu objetivo de vida por enquanto é ser feliz. Acaba que isso se volta um pouco pro meu Trabalho de Conclusão de Curso. Às vezes eu queria fazer algo simples, só pra formar, já foi um vai e volta nessa área de artes e às vezes eu quero abraçar o mundo e discutir minunciosamente cada tópico que me aflige.
Bom, acho que é isso. Provavelmente ficou faltando coisa, já que o universo da arte é enorme e meus pensamentos também. Mas por fim, quase no fim do curso eu consegui por metade dos pensamentos em ordem. Estou feliz por isso, por muito tempo eu adio escrever um texto voltado para isso.
Antes de ir, devo de dizer que acredito que talvez, alguns dos meus questionamentos podem ser por falta de maturidade no assunto, ou maturidade pessoal. Mas que mesmo se forem, são válidos para o momento em que vivo agora.
Outra coisa que é uma grande falha minha, é que eu não procuro textos sobre nada disso para basear meus argumentos. Mas sabe, eu creio que se eu não os procuro é porque não me interesso tanto e isso ajuda na hora de eu não querer comprar briga. Em geral, eu costumo pesquisar as coisas que me interessam, do contrário hoje meu desenho continuaria no mesmo nível de quando comecei.
Enfim, no dia que existir uma Parte IV desse texto eu tentarei escrevê-la, talvez daqui até final do curso mais coisas possam ser compreendidas, né não? Mas por enquanto, fiquem com esses poucos parágrafos aí.  Fim da parte III.


 inté mais ver! (:






Eu entrei em Artes e me deparei com a Arte : Parte II


 Bom, quando eu estava no meio desse embate (ler post passado), chega com um solavanco, a educação. Digo que chega como um choque, pois antes mesmo de eu ter encarado a minha primeira disciplina de licenciatura e iniciado calmamente a minha apresentação a arte-educação, eu decidi ser professora de ensino fundamental em um colégio do Estado.
Foi uma experiência ruim, muito ruim. Entrei para dar aula no começo do ano letivo (fevereiro) para 5 turmas, de 6º ao 9º ano. 5 horas de aula e 3 de planejamento. Não sei se é válido escrever toda a experiência passo por passo, sendo assim ressaltarei só alguns pontos.
Foi uma experiência péssima por vários motivos, um deles é que o colégio em si era problemático e não só eu, mas todos os professores tinham problemas com aquelas turmas que eu lecionava.
Segundo porque como eu não tinha me deparado com nenhuma disciplina pedagógica, e eu fui jogada dentro de uma sala de aula sem nenhuma preparação, eu não fazia ideia de por onde começar. Sabia que sim que tinha que começar procurando por algum planejamento, e descobri que o tal se chama PPP (Projeto Político Pedagógico). Descobrindo então que não existia tal item no colégio fui atrás do PCN (Parâmetro Curricular Nacional).
Encontrei o PCN do Estado para área de artes, que ficava num computador chumbrega que mal funcionava na sala dos professores. Por alguns segundos me senti salva e logo depois que li me senti perdida. O PCN era um guia de nada, basicamente tudo que eu li dizia: ensine tudo o que a arte pode permitir, da maneira que melhor lhe convir.
Tentei procurar por livros didáticos de Artes e apostilas de ensino particular, mas não funcionaram para a turma. Tentei começar só pela história da arte, tentei trabalhar em cima de um projeto, tentei passar só exercícios, tentei um tanto de coisas e nada funcionou. Não procurei por livros complementares sobre o ensino da arte em geral, talvez esse tenha sido meu erro, mas foi tanta decepção que no fim comecei a não me importar mais, só ficava ali, gritando e tentando controlar todo mundo.
Comecei a questionar se eu realmente estava interessada em dar aula, se eu me importava com o interesse dos alunos em arte, se eu queria realmente fazê-los entender e se eu realmente queria comprar aquela briga louca contra como está a educação, principalmente a pública onde eu me encontrava. A resposta que obtive foi um sonoro não. Era muita briga pra comprar, era muito esforço da minha parte em tentar enfiar um conhecimento de arte em gente desinteressada. Ainda mais um conhecimento que eu julgava nem eu mesma entender direito, um conhecimento que eu não via qual ligação tinha com aquele ambiente (Aqui vai remeter um pouco aquela história toda de arte elitista).
Enfim, entrei em depressão (mesmo) e comecei a me questionar se eu queria mesmo continuar no curso de artes e me formar professora. E não, eu não queria ser professora. E eu também não me via artista, não entendia como pensavam e sinceramente não queria ser. Não gostava de artes, não ia ao museu, não gostava de leitura de obras, não tinha habilidades artísticas, não tinha habilidades manuais e por fim odiava com toda a força dar aula. E então, o que mesmo que eu estava fazendo no curso de artes?
Bom, um semestre depois que larguei as aulas (fiquei 7 meses), iniciaram as matérias de licenciatura, começando com Fundamentos da Arte na Educação (FUAED). Eu sinceramente me matriculei só por obrigação, porque a vontade mesmo que eu tinha era cair fora. Não cai por motivos pessoais e porque eu não tinha mais nenhum outro caminho disponível pra minha vida se não continuar. Por sorte, a professora de FUAED foi excelente, muito boa mesmo e eu consegui ficar com alguns ensinamentos. Mas em geral, tudo que tinha ligação direta com a arte-educação foi em partes eliminado pelo meu cérebro.
Foi só quando eu cursei a matéria de Prática do Ensino da Arte no Ensino Fundamental que consegui entender o porquê do PCN ser do jeito que é, foi quando eu conheci através de textos, a digníssima Ana Mae Barbosa, grande arte-educadora, muito renomada, que contribuiu em grande parte para a mudança do ensino da arte do Brasil e que foi senhora criadora da famosa Abordagem Triangular.
Entendi sim, que o PCN era como era porque era baseado na Abordagem Triangular, mas não entendia o porquê a Abordagem Triangular ser tão amada por todos, sendo que diante da experiência que tive, ela não funcionava. Vi-me novamente perdida diante dessa abordagem da qual dizia que o ensino de artes era baseado em três pilares: o fazer artístico, a análise de obras e objetos de arte e a história da arte. Não entendia como eu ia conseguir condensar isso tudo nas aulas e ainda mais interligando um no outro.
Fui capaz de compreender, lendo sobre os caminhos do ensino da arte no Brasil o porquê do surgimento dessa proposta. No início só existia o ensino da técnica, depois com o acontecimento da Escolinha de Arte, ficou tudo livre, muito livre (e ainda assim voltado para a técnica, mas não mais de um modo engessado), e por fim, por se sentirem perdidamente livres e por não conseguirem nenhum resultado com isso, os educadores foram criando livros ou apostilas para se basear o ensino ficou só voltado para elas, voltando novamente a ser algo “engessado” e não condizente com a arte em que vivemos.
Ana Mae Barbosa, através do seu aprendizado com o seu tutor Paulo Freire (que tem uma proposta bem parecida com a Abordagem Triangular, mas não somente voltada para artes e sim para todo o universo de aprendizagem) veio por intermédio dessa nova abordagem, voltar o ensino da arte para a necessidade de hoje.
Hoje, eu compreendo a Abordagem Triangular, mas ainda tenho algumas críticas não fundamentadas sobre essa proposta (sim, o triste é que como vocês repararam nenhum argumento meu é fundamentado).
Na verdade talvez não sejam críticas a abordagem em si, mas como ela foi implementada nos PCNs e como eu acredito que ela não realmente funciona. Pode ser que seja por falta de um PPP nos colégios, mas em geral em uma instituição de ensino pública, como os colégios do estado ou até alguns colégios particulares, há uma enorme rotatividade de professores na área de artes, e eu considero muito estranho não ter nenhuma ordem a ser seguida dentro dos PCNs.
Não creio que uma ordem cronológica de saberes interfira diretamente na liberdade da Abordagem Triangular, pode-se ter um cronograma de conhecimentos a serem adquiridos e mesmo assim podem-se aplicar dentro de um ou vários projetos o fazer artístico, a análise de obras e objetos de arte e a história da arte. Exemplo: se em uma turma de 6º ano deve ser aplicado noção de cores (cor luz, cor pigmento, cor fria, cor quente, disco de cores, mistura de cores e etc) e formas (objetos 2D, 3D, profundidade, luz, sombra e etc), isso não interfere que seja feito um projeto onde se encaixe todos os itens da Proposta Triangular.
Vamos supor que o professor em contato com a turma verificou que a turma gosta de fotografia e acha que é uma tecnológica interessante de ser trabalhada. Ok, então, crie um projeto de fotografia, mostre fotografias de alguns mestres, mostre como ela é hoje na contemporaneidade, mostre trabalhos instigadores como os da Bienal, insira um assunto sobre cor, a falta de cor, o uso da cor ou qualquer coisa, proponha que façam estudos de fotografia com relação a cor, pode-se fazer uma conexão com a comunidade, cores do bairro, cores do colégio, sei lá. Ensine a manipular as cores em um material disponível no colégio e depois peça uma reprodução do próprio trabalho de fotografia, ou de um colega utilizando outro suporte. (Obs.: isso é só um exemplo por alto).
Enfim, o que eu entendo é que ter um cronograma de cada saber da área de artes para cada ano do ensino básico (e infantil), não é retornar o ensino da arte para o que era e nem estagnar ele. Todas as disciplinas que cursamos na vida têm ementas a serem seguidas e nem por isso elas limitam a gente, aliás, tudo na vida precisa de alguma ordem.
“Engessar” ou não o ensino da arte é o professor que define. Eu vi durante meu período de estágio no ensino básico que mesmo diante da Abordagem Triangular (talvez até por se sentirem perdidos) alguns professores a entendem de forma errada, ou talvez queiram entender dessa forma por ser mais fácil e acabam por fazer uma massa de bolo. Fazem projetos que retornam mais a arte-educação a forma que era do que se por algum acaso seguissem algum cronograma. Criam um mesmo projeto inúmeras vezes, só trocando o artista a ser apresentado, tornando assim a aula repetitiva e chata.
Em geral essa “massa de bolo” consiste em: escolhem um artista (Portinari ou Tarsila), apresentar o artista, a vida e as obras, iniciar uma discussão “semiótica” de análise de imagens e por fim fazer uma releitura das imagens. Quando esse projeto termina, escolhem outro artista e começam tudo de novo.
Eu mesma acabei caindo nesse esquema, quando dei minha aula para o ensino infantil, pois a professora pediu que eu fizesse algum projeto que se inserisse dentro do dela, que era sobre Portinari. O projeto anterior ministrado por essa mesma professora, tinha sido sobre a Tarsila, e na releitura do quadro “O Abaporu” pediu que os alunos utilizassem tinta acrílica sob tela e quando os alunos saiam para o recreio pegava tela por tela e pintava o que estava faltando e/ou corrigia o desenho para que ficasse mais parecido com o original.
Essa professora foi formada no mesmo curso que o meu, na mesma Universidade da qual estudo. Ela estava agindo de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) dentro da Abordagem Triangular. Esse exemplo, é só pra reforçar que, é o professor que faz ou não o ensino da arte ser interessante.
Outra coisa, que eu acredito ser importante é o fazer artístico. O fazer artístico inclui técnica, e técnica tem que ser ensinada. Se o assunto era sobre cor, ensine a misturar as tintas e a pintar o círculo de cores, ensinando os alunos a conhecerem e utilizarem corretamente os materiais (sim eu tenho consciência de que o “correto” em arte é muito vago, mas o que eu quero dizer com essa palavra é que é válido ensinar algumas técnicas de como utilizar o material). Os alunos vão ter dificuldades sim, com o uso e aprendizado de técnicas artísticas, mas como eu já disse anteriormente nesse mesmo texto, artes é um saber como todos os outros, sendo assim, umas pessoas vão ter facilidade em aprender e outras não. Não dá simplesmente para deixar livre para que eles mesmos possam aprender, porque ninguém aprende nada se não tiver alguém que ensine, ou algum lugar do qual possa buscar esse conhecimento. Fico triste, porque em geral, o saber artístico sempre acaba em segundo plano.
Diante disso, talvez a minha crítica em geral não seja a Ana Mae, mas sim a maneira como as instituições de ensino e seus respectivos professores entenderam sua Abordagem Triangular. Fora que essa abordagem comemorou ano passado 25 anos de aplicação nas escolas. Um quarto de século é um tempo grande, acho que talvez seja interessante que algumas coisas fossem revistas ou talvez até só reforçadas da maneira correta.
Por fim, mesmo tendo compreendido os motivos e maneira de ação da Abordagem Triangular, eu, pessoalmente, acho muito complicado colocar isso tudo dentro de um projeto e fazer funcionar, estabelecendo uma divisão igual para cada parte e dando a cada uma sua devida importância. Não creio ser impossível, mas da maneira como vejo o ensino hoje, eu não tenho peito pra encarar. E foi por isso que eu dei uma surtada quanto ao curso, enfim: eu entrei para Artes e me deparei com a Arte (e fiquei realmente louca: Parte II).

Para não finalizar de forma tão triste esta segunda parte, vou dizer que talvez o problema todo tenha sido ter dado aula para o ensino fundamental, pois recentemente no estágio de Prática do Ensino da Arte no Ensino Médio, me deparei com o Ensino Técnico, e acompanhando aulas como “Teoria da Cor e Forma” para uma turma “Modelagem do Vestuário” onde a ementa era toda bonitinha e certinha e eu tinha certeza do que eles precisavam aprender, me senti mais segura e mais feliz. Acredito ter me sentido assim por saber exatamente o que tinha que ensinar e por lidar com pessoas que estavam realmente interessadas em aprender. Fim do capítulo II.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Eu entrei em Artes e me deparei com a Arte : Parte I



Eu sei, esse título é no mínimo estranho. Hehehe Mas fiquem tranquilos, acho que no fim do meu relato ele será compreendido. Já faz tempo que eu tento por em forma de texto o meu relacionamento com a Arte, a Arte-educação e Arte-não-arte (sim, esse último termo não existe, eu inventei.)
O fato é que cada vez que eu tentava por em ordem esses pensamentos, mais eles se desordenavam. Bom, na verdade grande parte deles continua em desordem, porém, em uma discussão em uma aula, eu tive um “click” mental e eu consegui entender um pedaço dessa relação complicada e nem um pouco amorosa que é a minha com o universo artístico.
Penso que talvez tais escritos pareçam como um “memorial descritivo”, só que em um formato não muito acadêmico. Vou dividir o texto em três partes, de acordo com a ordem que coloquei ali em cima (Arte, arte-educação e arte-não-arte). Boa leitura! :P
Bom, para início de relato gostaria de dizer que faço parte de uma família de classe média e nunca sofri muito com influências culturais negativas, tais como tráfico em favela, roubos, música de qualidade ruim (funk) e etc. Sempre achei que vivia numa família de acervo cultural interessante (não entendam isso como racismo, talvez eu só esteja usando a palavra “cultura” erroneamente), principalmente na área musical. Lembro-me de passar minha infância ouvindo Bossa Nova, MPB (do tipo Chibo Buarque, Caetano e etc.), de acordar com música clássica bem alta e coisas do tipo. Lembro-me do meu avô tendo discussões de QI alto com amigos e familiares. Enfim, achava me encontrar num nível cultural bom.
Mas o fato é que, em geral isso não funcionava pra as Artes Plásticas. Não tínhamos o costume de visitar museus, não tínhamos o hábito de falar sobre arte e conhecer a arte. Entretanto,  isso nunca foi um problema pra mim, ou eu achava que não era, até o dia que ingressei na universidade para ao curso de Artes. Durante minha educação no ensino básico, eu também não me aprofundei muito na área. Não me lembro exatamente o que tive de conteúdo em na disciplina de artes.
Apesar de não ter tido contato com o universo artístico em geral, eu sempre gostei da “parte manual” da arte, como desenhar, pintar, recortar, colar e etc.
Quando decidi tentar o curso de Artes Visuais, escolhi quando abri a grade do curso e me encantei com as disciplinas de Desenho, Escultura, Pintura, Fotografia, Cerâmica, Serigrafia dentre outras. Em geral, foram as disciplinas de técnicas manuais que me interessaram, não me liguei na parte que se referia a História da Arte e as disciplinas pedagógicas. Escolhi a licenciatura por dois motivos, o primeiro porque uma pessoa licenciada em Artes Visuais pode fazer tudo o que um Artista bacharel em Plásticas pode fazer e ainda pode aula, sendo que um Artista Plástico pode fazer tudo, mas não pode dar aula. (ok, eu sei que pode, mas ganha menos e acaba tendo que fazer complementação pedagógica depois). E segundo porque eu gostava bastante de estar em frente a um quadro, não tinha medo algum de falar na frente de um público grande (apesar de, em geral, ser uma pessoa tímida e com problemas com comunicação) e achei que por causa disso poderia ser uma boa professora.
Quando ingressei no curso de Artes Visuais foi que eu me dei conta do que era realmente a Arte. Foi aí que deu se deu o início a minha briga eterna contra ela. ( Hehehe). No começo, era só eu e aquele mundo louco que era a arte, o que já era maluco o suficiente pra me deixar doida e revoltada, depois entrou a educação e aí o mundo desabou sobre a minha cabeça (sim, eu sou exagerada e dramática). Mas vamos por partes.
A minha primeira revolta foi pelo fato de Arte ser um universo ridiculamente elitista que pregava o discurso de não ser. Então era tipo assim, eu sou artista, crio uma coisa maluca da minha cabeça, mas que pra mim faz todo sentido (ou não) e exponho isso, para que as outras pessoas tentem descobrir o que é aquilo. Mas eu não digo o que é, e as pessoas ficam lá horas olhando e tentando analisar o que será que é, e tendo reações diversas e sentimentos, e conclusões que nem eu imaginei ter quando criei. Mas não importa, é isso que a arte é, um grande ponto de interrogação, é isso que fomenta a arte, o não ser somente aquilo o que era pra ser, é ser múltipla, é ser transcendental, é ir adiante, é atravessar o que ela mesma era pra ser. Uma doidera só. (:
Então, a arte era aquilo, algo incompreensível e inexplicável, só sentido. E tinha eu, o artista, que criava obras para que elas fossem vistas e sentidas dessa forma. E tinha um público elitista que fazia esse papel de intérprete do que não é pra ser interpretado e UAU, surgia uma auréola na minha cabeça. Eu era esse ser que proporcionava uma coisa inexplicável e que todos amavam por causa disso, e que todos não entendiam, mas compreendiam. E tinha também, esse público leigo que ia num espaço expositivo e olhavam para a minha grande obra de arte instigadora e não entendiam nada, e não sentiam nada e só pensavam “que maluquice do outro mundo é essa? Que cachaça da brava essa moça estava tomando para fazer esse negócio do universo paralelo?”.
Tinha eu, artista, e esses dois públicos. Para o público elitista eu mandava beijos, para o público leigo eu mandava língua. Para o público leigo, eu dizia: “Arte é cultura e cultura é para todos, mas você meu amigo, é muito leigo, não teve influências culturais boas e por isso não entende o que eu faço”.  O que você deve fazer meu amigo ignorante, (que nasceu em berço brasileiro, não viveu a arte europeia, e não faz parte dessa cultura linda), é ir a um museu, olhar para a minha obra de arte e para todas as outras e ficar lá contemplando e tentando entender o que eu quis dizer com isso, porque isso é legal, isso é o certo, isso é arte. Você não pode contestar, não pode falar alto, não pode dizer que não gostou e NÃO, nunca diga que não entendeu.
Arte é cultura e cultura é para todos, mas essa não é pra você. Eu não faço arte pra você e eu não quero que você entenda, afinal, quando eu digo “todos” não é todo mundo. Afinal, a arte é muito acessível, ela está lá e só não entende quem não quer.
Bizarro, arte elitista me revolta. Na minha humilde opinião, esse discurso é falho. Primeiro porque Arte é um conhecimento como todos os outros. Arte é um conhecimento como ciência, matemática, geografia, música e etc. Uns vão se adaptar e outros não. Uns escolhem humanas e outros escolhem exatas. É como se eu fizesse uma exposição de um sistema de qualquer área da engenharia e culpasse os leigos por não entenderem e excluíssem-no.
Segundo porque, a Arte continua elitista porque muitos artistas têm interesses (egocêntricos) de que ela continue assim, para que seu status continue alto. A Arte é elitista, pois antigamente só quem tinha acesso eram realmente os que detinham poder e dinheiro. Com o tempo, foi-se quebrando as barreiras, tudo foi se tornando mais acessível, mas os resquícios ficaram e ideologicamente ela continua elitista.
Outra coisa que eu acho válido destacar também é o fato de que a arte que respiramos veio da arte europeia. Sim, eu entendo que isso é válido, pois éramos colônia de Portugal e tudo era ditado de lá. Temos sim que ter uma base do que é que veio de lá e que nos influenciou a sermos o que somos agora (não só no quesito arte e cultura) mas temos que lembrar que quem nasce no Brasil agora, já não tem mais esse link, já vive num país que é Brasil por si só. País tão grande como esse conquistou sua própria arte, da qual faz parte da nossa cultura e não tem mais lógica alguma se localizar num espaço expositivo tão arcaico com pensamentos tão igualmente arcaicos que alguns artistas têm. Estou generalizando? Sim. Existem muitos artistas novos por aí fazendo arte de rua, instalações públicas? Sim. Mas boa parte ainda está no ar, ou melhor, no céu, num patamar elevado que só é possível ser alcançado por pessoas proporcionalmente elevadas.

E esse foi o meu primeiro e grande choque com o universo da Arte. Eu estava lá, cursando arte e sendo julgada por todos e inclusive por mim mesma, por ser uma pessoa leiga nessa área. E me matando para tentar fazer uma leitura das obras. Tentando entender como com toda certeza do mundo uma pessoa dizia que a arte era para todos sendo que nem todos eram apreciados por ela.
E lá vamos nós ao título do texto: eu entrei para Artes e me deparei com a Arte (e fiquei louca: Parte I). Hoje, depois de vários tapas na cara, eu consigo compreender mais ou menos o que é a arte e como funciona. Mas, me dou o direito de não entender as obras, de não gostar, de não apreciar e etc. E amparada pelo próprio discurso artístico, me sinto segura, pois arte não é pra ser explicada, nem entendida, é pra ser sentida.

Para finalizar, eu li um texto muito legal em um blog de reflexões sobre a arte que achei por aí que critica essa coisa toda de dividir a arte entre Erudita e Popular. É um post pequeno, confiram lá: Arte popular: RECONHECIMENTO OU SAQUE CULTURAL?!? 

Fim da Parte I. Vejo vocês na próxima! o/


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Running Away (in circles)


Bom, na verdade eu não tava muito afim de voltar aqui e fazer desse lugar um "dark place". Eu sei que de alguma forma ele sempre foi e talvez ele tenha sido criado um pouco pra isso, já que em geral eu só tenho vontade de escrever quando as coisas estão fora do eixo, mas em geral eu não queria ter que voltar aqui pra escrever nada disso que estou prestes a escrever agora.
Mas bom, não tem jeito, eu só volto quando tem algo errado, salvo raras exceções como no caso do post passado.

Acho que a frase da imagem já traduz em parte o que eu venho mimizar aqui hoje. De novo eu estou tentando fugir da minha linda e amada realidade. De novo eu me encontro em plena depressão.
Era uma coisa que eu sabia que eventualmente ia acontecer porque eu simplesmente fugi da minha terapia (de novo).

Ok, não necessariamente eu fugi, não foi como da outra vez que eu não queria realmente mais ir e dei um migué e nunca mais voltei. Foi porque teve que desmarcar uma vez, daí depois eu tive que ligar pra remarcar e.. sabe né? Eu odeio ligar... Acho que talvez eu precise fazer uma terapia especial para ligações telefônicas porque em geral elas parecem um monstro horripilante com uma boca enorme e cheia de dentes feiosos prestes a me engolir.

Tá, tanto faz.. foi por isso que eu acabei fugindo da terapia, o que obviamente não fez nem um pouco bem. A verdade é que como eu estava me sentido razoavelmente bem e como semestre passado parece que caiu do céu, não parecia ter feito tanta diferença assim não ter a terapia. Mas as coisas meio que mudaram da água pro vinho (não sei bem se mudar da água pro vinho seria uma boa expressão pra se usar agora pois ela tem um sentido positivo se você considerar o contexto),

Foi uma bola de neve. Não foi nada do outro mundo que aconteceu, claro, eu só estou sento exageradamente dramática, como eu sempre sou. O fato é que desde o semestre passado eu estava cultivando pensamentos negativos sobre esse semestre. Não foi algo proposital e eu não sabia que eles iam realmente influenciar tão negativamente esse semestre.

Eu achava que esse semestre ia ser um semestre chato e que eu ia ter muitas dificuldades de enfrentá-lo junto com um detalhe importante: eu pensava isso todo dia. Obvio que foi o que aconteceu, só que um pouco pior do que eu achei que seria. 
São problemas teoricamente simples que eu tenho que encarar, problemas como achar dois lugares pra estágio não remunerado até o final do ano e enfrentar 7 turmas da disciplina de Desenho e seus respectivos professores para aplicar questionários pro meu TCC. Escrevendo assim parece fácil, e quando eu falo para as outras pessoas elas também acham fácil, porém, contudo, todavia, pra mim parece extremamente cavernoso.

Cada um encara as coisas de uma forma, e eu sempre tive dificuldades com comunicação, então o que pra maioria das pessoas pareceria uma bobeira pra mim se transformou no monstro de baixo da cama.
O interessante (ou não), é que eu sei o porque do semestre ter se transformado num monstro e também sei que ele não é exageradamente grande e feio assim, mas eu não consigo fazer ele diminuir.
Que nem o monstro do armário do Harry Potter sabe?

E aí, eu fui correndo dos meus problemas e fui ficando depressiva e fui empurrando tudo com a barriga e dormindo o máximo que eu posso, até que chegou um ponto onde eu me vejo parada no mesmo estágio que eu me encontrei várias vezes antes, e principalmente antes de começar a terapia. Eu sei que eu tenho que enfrentá-los e correr deles só vai piorar as coisas mas eu simplesmente não consigo arrumar forças suficientes para fazê-lo. É como uma dieta ou academia que a gente sempre fala que vai começar  na próxima segunda feira e quando ela chega, você decide que seria muito melhor se você começasse na próxima.

Agora chegou um ponto em que eu me encontro triste, depressiva e fraca. E tudo que eu tenho vontade de fazer é mandar tudo a merda, chutar o balde e dormir o dia todo (ou ver TV). E eu tenho uma tonelada de coisas pra fazer. Não só as da faculdade. Eu tenho serviços extras pra terminar, eu tenho milhares de projetos para gerar dinheiro na minha cabeça, que são razoavelmente fáceis de fazer e totalmente viáveis, eu tenho projetos pendentes com outras pessoas... e   eu    não    faço   nada.

E um conselho bacanérrimo que eu sempre ganho é: se você sabe o que tem que fazer, vai lá e faça. Tira essa bunda desse sofá, larga esse Temple Run do celular, desliga o computador, dá tchau pras redes sociais e faça o que você tem que fazer! 
Siiiiim, valeu, esse conselho, foi muuuuuuuito útil, realmente, se não fosse alguém pra me dizer isso eu não teria pensado nessa possibilidade! Que fácil, que simples! Que luz que você me deu. Problema resolvido! Yay. Só    que     não.

Ok pessoas queridas, eu sei que tudo parece simples e o que eu deveria fazer era só pegar as minhas energias, levantar da minha cama e ir lá e resolver tudo. PORÉM, se fosse assim, easy easy, piece of cake, eu já estaria lá, feliz, tudo ja estaria resolvido eu não estaria escrevendo esse monte de merda aqui.

Eu tô precisando de ajuda de novo, só que  eu não sei se eu tinha mencionado, a terapia está fora de cogitação pois dessa vez we don't have enough money to pay for it anymore.

O que fazer? Não sei... tô pirando de pouquinho em pouquinho. Eu só queria um empurrãozinho de alguém encarnado ou desencarnado. Mas aparentemente eu tô conectada com energias tão pesadas que ninguém me ouve.

Bom, era isso, acho que de vocês eu só preciso de pensamentos positivas, orações, rezas, sei lá.. um boa sorte pra mim já tá de boa. Eu preciso realmente encarar esse semestre todo, sem desistir de nada, do contrário todos os meus anos de universidade vão ser jogados por água abaixo, e isso não pode acontecer.

Qualquer ajuda é bem vinda, okay?
Thank you.





domingo, 8 de setembro de 2013

merci.



Bom, hoje eu só vim aqui pra deixar registrado o quanto eu sou agradecida a tudo que tenho. Calma! Não, eu não virei evangélica e nem nada do tipo (hehehe) nem mesmo mudei de religião. Não sei por qual motivo ando me sentindo agradecida por tudo, pela saúde, pela minha família, por todas as oportunidades que me foram dadas, pela compreensão de todos a minha volta, pelos amigos, pelos conselhos, por todas as pessoas que passaram pela minha vida, pela minha namorada entre outras milhões de coisas.
O porquê exatamente, eu não sei. Só sei que se a vontade apareceu, a gente aproveita. O legal é que não é nenhum daqueles agradecimentos automáticos que você faz pra se livrar da culpa de que não agradece nada. É algo que realmente veio de dentro.
Eu ando achando um pouco estranho na verdade, ultimamente histórias de pessoas que têm vidas "piores" que a minha, por sei lá qual o motivo, saúde, depressão pesada, família e etc andam fazendo eu me sentir agradecida por tudo que tenho. O que não acontecia antes, nunca aconteceu. Eu sempre me senti um pouco alheia a dor dos outros. Não que eu não me importasse, só não via nenhum link com a minha vida. Quando eu estava ruim, depressiva e etc, não adiantava vir com exemplos de pessoas com menos oportunidades que eu, porque eu achava que aquilo simplesmente não diminuía minha tristeza ou qualquer coisa que estivesse sentindo. Bom, de fato, acho que ainda hoje não diminui, mas por algum motivo eu estou me sentindo agradecida de não estar no lugar delas. De ter tido saúde, compreensão, família unida, bons amigos e etc.
Cada dia algumas histórias de pessoas com os mesmos problemas se repetem. Outro dia eu tive vários exemplos de pessoas diferentes que estavam com problemas de saúde parecidos e durante alguns dias seguintes eu vi/ouvi histórias parecidas e por algum motivo me senti agradecida de não ter aquilo.
Eu sei que se sentir assim e ser agradecida com as coisas teria que ser algo normal, mas pra mim nunca foi e eu sempre achei que as pessoas agradecessem mais pra aliviar a consciência do que por estarem se sentindo realmente agradecidas. Aliás, sempre achei não, ainda acho. Era o que acontecia comigo, eu agradecia por agradecer, por saber que tinha que fazer aquilo, mas eu não me sentia realmente agradecida, era só um hábito. Hábito que talvez não seja mal, porém só não era exatamente muito sincero, por isso me espantei um pouco com esse sentimento.
Não sei qual mágica fazer pra que ele surja, talvez o começo seja agradecer mecanicamente mesmo, o que eu resolvi fazer todos os dias, pelo menos a noite até que chegou essa semana da qual eu realmente vivi esse sentimento.

Pode ser que esse sentimento suma de novo um dia, mas por enquanto estou curtindo ele, espero que fique mais um tempinho.
Eu ando bem sabe? Fazia algum tempo que eu não ficava tão bem. Eu tô com um cadim de esperanças que as coisas vão se acertar daqui pra frente. Acho também que vou ficar mais um pouco persistente, afinal nem sempre é na primeira tentativa que tudo da certo.


Bom, é isso.

Thanks!



Ah, se não for pedir muito, eu queria um pouco de vibrações positivas pra essa semana que vai começar, eu tô pra passar por uma experiência diferente e estou com um pouco de medo. Tô tentando diminuir minhas esperanças quanto a esse dia mas tá difícil. Torçam por mim, please?

Inté mais, povo! (:
bjinhos!


Ps: não revisarei texto, tá tarde, estou partindo para os braços de morfeu. :P

quinta-feira, 18 de julho de 2013

can't get rid of them.


Começando a postagem com uma ilustração em conjunto com uma frase motivacional parece até o que post de hoje vai ter algo bom com longas dicas de auto-ajuda juntamente com exemplos de superação em minha vida, né?
Não.
Foi mal, dark places vão ser sempre dark places, e infelizmente, ou felizmente, ainda não sei, o blog sempre foi algo desse naipe.
"Nesses dias tão estranhos, fica poeira se escondendo pelos cantos.."
Num é?

Eu realmente não me entendo em dias como esse. A verdade é que eu deveria me entender, porque eu sempre vivi dias como esses, as vezes com mais frequência as vezes com menos.
Mas o fato é que não importa quantos dias desses existam em minha vida, eu sempre vou me achar estranha no fim. Sim, eu sei que vocês devem (o interessante é: vocês quem? hahaha) estar pensando que tipo de dia é hoje que é tão assombroso assim. Não muito assombroso, ou sei é, eu já me acostumei e não vejo mais dessa forma, afinal, como eu disse, eles sempre estiveram aí. Tá, já entenderam isso né?
Esses dias, são dias meio sei lá, tristes. Mas não somente tristes, são dias em que eu busco a tristeza, são dias em que eu sinto uma tristeza por dentro e por algum motivo quero ver, ouvir e sentir mais coisas relativas a isso. São dias em que tudo que dói, tudo que é ruim, tudo que é melancólico é bem vindo. Dias em que eu me pego procurando filmes tristes pra ver, colocando a mesma música melancólica no replay, procurando histórias de pessoas que estão deprimidas, querendo conversar com pessoas deprimidas, procurando imagens que passem uma sensação fria ou algo do tipo.
São dias estranhos, é como se eu gostasse de ser assim, ou é como se ser assim sou eu, e ser feliz é pura encenação. O que não é verdade, também sou eu quando dou gargalhadas e quando sinto vento bater na minha cara num dia bonito.
Eu sei que eu tenho mascarado a maior parte dos meus problemas,  mas sinceramente eu acho que tá bom, eu sei quais eles são e ainda procuro melhora-los, só não sofro mais tanto por isso.
Não creio que por mascarar os problemas, esses dias de extrema vontade de procurar por coisas sad aparecem. Eles sempre apareceram, não importa em qual estado eu esteja. 
A única coisa estranha é que eu não consigo entender o motivo pelo qual isso acontece, mas quando acontece é como se eu vivenciasse a tristeza de uma forma diferente. É como se eu curtisse aquilo, é como se aquele sentimento estranho fosse por algum tempo, interessante de ser vivido.
Quando esses dias são mais frequentes que o normal, começa a não ser mais bom, claro, já que cada vez eu vou cavando mais ainda pra de baixo da terra e aí uma hora eu não sei mais subir.
Não importa, não importa por quais razões isso acontece, eu não consigo deixar de achar estranho.
Como uma pessoa, que tem o objetivo de ser feliz na vida, pode se sentir "bem" estando triste e querendo ouvir histórias depressivas de outras pessoas? Não faz sentido algum..
Sentimento estranho, como se sofrer, como se dor, como se isolamento, lágrimas e etc fossem coisas boas de se ter.


Mais estranho ainda é que, eu até entenderia um pouco se eu tivesse vivendo somente um teatro e que na verdade a minha vida esivesse toda de cabeça pra baixo. Assim, as vezes eu realmente acho que ela está hahaha. Mas esse ano, mais especificamente, esse semestre as coisas tem se encaixado de uma forma tão bacana que eu não ando tendo muitos motivos para reclamar das coisas. Em toda história da universidade não existiu semestre em que eu peguei professores tão bons quanto esses. Milagrosamente estou a um passo de decidir meu tema de TCC. Tenho um namoro que alguns julgam meio louco (e as vezes até eu mesma) mas que me faz bem. As coisas aqui em casa estão bem. Até no quesito religião as coisas deram uma leve encaixada. E acho que a parte profissional também está a um passo de ser o começo do que eu realmente quero.
Como estão vendo, em comparação a algumas fases da minha vida, essa está até bem né? E estou satisfeita sabe? Claro que tem um mooontão de coisas pra ajeitar ainda, mas tá caminhando, e o passo não tá tão lento assim.
Bom, mas e daí? E dai que aparentemente não importa o quanto bem eu esteja, (independente de ser teatro ou não) esses dias sempre vem e vão e se eu não vivê-los intensamente, parece que fica estranho.
Eu não vou aqui dizer pra vocês que eu não quero que eles existam(o que pode parecer estranho também), eu só estou aqui contestando o motivo pelo qual eles existem, mas não sei exatamente se eu quero que eles não existam. É como eu disse, eu meio que "me divirto" com isso, não de uma maneira feliz, de uma maneira estranha, mas que me traz de alguma forma, satisfação.


Sei lá o que isso significa.
Só sei que eu não consigo seguir o conselho da frase da ilustração: I can't get rid of them and sometimes I don't even know if I want to.

Eu já ia partir quando me lembrei de uma coisa: apesar de esses dias serem na maioria das vezes inofensivos, as vezes eles estão ligados a presságios de coisas ruins que podem acontecer em um futuro próximo. Mas nem sempre são. Eu tenho muito medo que seja esse caso e espero mesmo que não ocorra nada de ruim esses dias.

Me vou.
Não vou rever o texto, dane-se. u.u

Até mais!

música para o post de hoje:

domingo, 7 de julho de 2013

Please, don't end this way.

(clique na imagem para ver em resolução maior)

Hoje eu tava vagando pelo facebook, pra variar um pouco, e vi uma postagem de uma "tirinha" num blog que eu "curto" lá.
Achei o traço muito fofo e  como sempre gosto das tirinhas que eles postam, abri pra dar uma olhada. A historinha é realmente fofa e o traço mais ainda, porém, é triste.
Só tinha um pedaço da tirinha lá no blog mas achei nos comentários o endereço pro DeviantArt da pessoa que desenha. Claro que não pensei duas vezes e fui lá conferir. Tinha a história completa lá e eu li ela de cabo a rabo. Pra quem quiser ler só clicar aqui, vale a pena. Aliás, para entender um pouco do resto da postagem, seria realmente interessante ler a história, são só imagens e não vai gastar muito do seu tempo.
Anyway, eu li e me senti um pouco como a Mariposa e fiquei ponderando se vamos acabar num fim que nem aquele.
Tem acontecido umas coisas no nosso relacionamento que estão tipo assim. Dói um cadim mas ficam só queimadinhas sabe? Nada que faça eu não querer continuar. E não são nada que eu não entenda também..
É exatamente que nem a história da Chama e da Mariposa. A Mariposa sabe que a chama queima mas quer ficar lá mesmo assim, mesmo depois de ser queimada. A Chaminha sabe que queima, fica triste com o que faz, não quer ferir a Mariposa, mas é inevitável.
Claro que no nosso caso não é extremo que nem o da tirinha mas eu fiquei preocupada do fim que teve a história, eu realmente não quero acabar desse jeito, aliás, eu não quero acabar, ever. Contudo, entretanto, todavida, acho que cabe aquele ditado aqui: "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura."
São coisas simples e que me deixam triste e chateada mas que não necessariamente causam um estrago que me faz querer desistir, mas cada vez que acontece de novo me entristece mais ainda. 
Me entristece mais ainda também porque eu sei que a chama não tem intenção nenhuma de ferir e eu entendo o lado dela, mas não deixa de machucar, sabe?
Enfim, eu tô com com medo do fim, porque eu não quero que tenha aquele fim.. como eu já disse, eu não quero que tenha nenhum fim.
Eu espero que seja só uma fase pela qual estamos passando, por diversos motivos que surgiram todos de uma vez só. Mas eu não sei sabe.... dói.
Eu não deveria estar escrevendo aqui, sabe? Pessimista do jeito que ela é, algumas vezes, vai achar que já era, o que eu escrevi aqui significa que é o fim do namoro.
Mas anyway, eu não queria que eu ficasse impedida de escrever no meu próprio blog porque as vezes é só escrevendo que melhora.
Não quero acabar e não quero aquele fim, mas sim, estou com medo.
D:

Inté mais.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um protesto, uma vivência.



Bom, acho que como eu participei do primeiro protesto daqui do meu estado e foi uma experiência bacana, acho válido registrar.
Além da minha vivência na passeata também pretendo jogar alguns pensamentos meus sobre o assunto mas não vou me aprofundar muito porque não me acho apta a fazer tal coisa.

Vou dividir então em dois blocos, minha visão do movimento e a vivência dele. 

Ps.: não vai dar pra fazer a revisão do texto hoje. Vai ficar tudo errado mesmo tá?  :P

Bloco I - Minhas opiniões aleatórias sobre os protestos.

Devo confessor que não sou uma pessoa muito politizada, aliás estou mais para alienada do que pra politizada. Não gosto do assunto, acho um saco política e eu queria do fundo do meu coração não ter que me importar com isso.
Sei que não é assim que funciona e ficar alheia a isso tudo só me prejudica e prejudica ao país. Porém, contudo, todavia, acho que o nível de alienação meu em comparação a um tanto de gente Brasil a fora está até baixo. O que é realmente triste e até revoltante de vez em quando. 

Vai ter aí gente defendendo que o povo é alienado porque a mídia é comprada pelo governo e acaba controlando todo mundo. O caso é que, não adianta a gente ficar colocando a culpa da alienação do povo na mídia também, porque existem outros meios de você saber o que está acontecendo, principalmente com a internet, basta utilizarem corretamente as ferramentas. 
Muitas pessoas são alienadas por preguiça e claro, muitas são porque não tiveram educação adequada para desenvolverem senso crítico e ultrapassar essa barreira. O que acaba caindo de novo pro lado do governo, que não investiu em educação e por isso estamos como estamos. Isso dá uma discussão enorme, que eu não vou me adentrar aqui. Mas enfim, eu creio que educação é a base que faria com que tudo isso acabasse, desde que as pessoas não decidissem ser alienadas por preguiça, como no meu caso. hahahaha


Tá, escrevi isso tudo e não disse lhufas sobre o que eu realmente acho dos protestos. Pois bem, acho muito válidos. Existem um tanto de críticas por aí dizendo que estão muito amplos, que não tem liderança, que não vai dar em nada, que é só um tanto de gente tirando foto e postando no facebook e etc. Sim, de certa forma, todas essas críticas estão corretas e tem seus pontos de vista. Mas eu não acho que por causa disso devemos ficar em casa. Melhor ir as ruas, mesmo que "desordenados" e mostrarmos o quanto estamos indignados com essa política do nosso país ou melhor ficar em casa sentados no sofá assistindo Copa do Mundo e achando tudo lindo?
Ora, melhor ir pras ruas! Independente do tanto de gente hipócrita que está indo, independente de ser ou não super mega hiper organizados. Acho sim que temos que sair do sofá e mostrar pros que estão lá em cima governando e ganhando horrores: "Ei, estamos indignados! Estamos cansados! Estamos tão revoltados com essa doideira que está o país que nem conseguimos nos organizar por um motivo só!"

Acho que é um começo, e tudo que começa, começa em fase de teste, fase beta. Começamos irritados por causa de um aumento de passagem absurdo, e em seguida o Brasil todo se revoltou com a ação da polícia despreparada e destreinada. Abraçamos todos essa causa e incorporamos em nossas manifestações tudo que tem de ruim por aí. Ainda está desordenado, ainda estamos em fase de teste. Mas o que começou por uma passagem de ônibus pode vir a ser uma revolução com um único objetivo, desde que as pessoas não desistam e liguem a TV para assistir novela e futebol. Desde que as pessoas continuem compartilhando mensagens pela internet, que aí, mesmo que vejam novela e futebol, na hora que ligam o pc, se lembram de o porque estavam nas ruas.

Esse movimento todo tem tendência de não dar em nada? Ah, claro que tem. Infelizmente. "Somos brasileiros com muito orgulho e com muito amor". Facilmente nos esquecemos das coisas ruins e com  piadinhas de tudo  e tudo aquilo se acaba em programas de comédia. É triste, mas pode acontecer. Mas mesmo se acontecer, mesmo assim, valeu a pena. Aconteceu, ficou na memória e poderá acontecer de novo quando as pessoas sentirem a revolta de novo. E então talvez, em uma segunda vez, seja mais organizado, who knows..
Independente de tudo, ficar em casa, não é melhor. No mínimo isso vai fazer o povo repensar em quem votar nas próximas eleições.. (ou assim espero u.u)
Bom, agora enough do meu "blá blá blá" sobre o que eu acho. Afinal, quem se importa né?


Bloco 2 - Eu fui pras ruas!


Desde de que começou a divulgação do protesto de São Paulo, fui atingida por trilhões de imagens revoltantes e notícias internet a fora, como todos vocês devem ter sido. Alguns se importaram menos e uns se importaram mais.

Acho que eu nasci com um pedacinho de uma faísca de revolucionária. Nunca quis estar a frente de nada (talvez eu seja medrosa) mas muitas coisas sempre me revoltaram e eu sempre quis poder fazer alguma coisa para ajudar.
Sempre fui medrosa e sempre tive pais medrosos e nunca fui em nada do tipo porque sempre achavam que eu ia ser morta por um elefante que ia aparecer do nada. hahaha

Mas dessa vez, com idade suficiente pra dizer: "eu estou indo", a minha faísca acendeu e eu tive vontade de ir. Avisei as pessoas aqui em casa que ficaram com um pézinho meio atrás mas não disseram para eu não ir, uma vez que aparentemente todos (com exceção do meu pai, que no início abriu a boca pra dizer que estavam todos certos mas quando decidi ir, disse que não concordava com esse tipo de protesto ¬¬). Queria muito ir mas não tinha com quem ir e não queria ser uma viajante de primeira viagem e encarar uma multidão de protesto sozinha. 

Cutuquei o evento criado no facebook e achei até bem organizado. Pautas definidas, trajeto definido, hora definida. Tudo certo. Marquei lá como "talvez".
A saída do povo ia ser às 18h da frente da Universidade Federal daqui e eu tinha aula a tarde nesse dia, que acabava exatamente as 18h. vesti minha blusa preta, como orientava o evento e fui pra aula.
A concentração ia começar as 17h e por sorte da vida, por motivos maiores (não creio que tenha sido o protesto) a professora encerrou a aula as 17h.

Sai e encontrei um tanto de gente na frente da universidade. Queria ficar e fui caçar alguém conhecido. Rodei uma vez e não vi ninguém, rodei duas vezes e não vi ninguém, rodei três vezes e já estava desistindo pensando que eu realmente era uma pessoa estranha e antissocial que não conhecia ninguém e ia ter realmente que ir embora. Voltando pra beber água num prédio perto encontrei um amigo de  infância do meu irmão andando aleatóriamente e sozinho! ÊÊÊ, grudei nele, claro.
Ganhei umas florzinhas (mini margaridas) das quais me agarrei durante toda passeata, e "pintei" (duas tiras) meu rosto de verde e amarelo com a tinta que alguém aleatório ofereceu. :P

Apareceu um amigo dele e depois mais um outro colega muito doido e tal. Ficamos lá discutindo coisas aleatórias sobre o movimento até a hora da saida, o espaço foi ficando apertadinho mas a energia do lugar estava boa, não era como estar num ônibus lotados com pessoas cansadas voltando do trabalho.
18:30, VEM PRA RUA! E lá fomos nós, fechando uma das vias de uma avenida principal, tirando o direito de "ir e vir" como disse meu pai, das pessoas. Pessoas que estavam do outro lado da via, em um trânsito mortal, batendo palma para os manifestantes, descendo dos ônibus e se juntando ao povo. Ninguém com raiva e irritado com a gente, porque a representavámos um pouco do que gostariam de estar fazendo. Assim que saímos da Universidade, parte das pessoas insistiram em andar na via que estava aberta para trânsito, mas vi pessoas fazerem o movimento ser organizado e com megafones ou simplesmente gritando pediam educadamente para as pessoas se concentrassem só na via que lhes foi concedida. Depois dessa primeira orientação, não vi mais ninguém tentando invadir a outra via. Não vi muitas pessoas destruindo coisas e as vezes via alguém tentando pixar as paredes ou ônibus mas eram logo vaiados e repreendidos pela multidão. Adamos pacatamente e por várias vezes cantamos o hino e vários outros "gritos de guerra". Era um mar de gente que parecia não ter fim, eu olhava e não conseguia definir se eu tava no meio, no começo ou no fim da passeata. Não vi gente usando drogas e nem bebendo. Me encantei com aquilo tudo, sabia que muita gente estava ali mas não entendia exatamente o porquê, mas vi muita gente consciente da luta por qual estava lutando.
Por onde passávamos, as pessoas saiam dos prédios, aplaudiam, filmavam e etc, não vi uma santa pessoa indignada com o movimento.
O protesto tinha como objetivo chegar ao pedágio da ponte que separa minha cidade da capital e abrir as cancelas. Porém, quando chegamos lá, as cancelas já estavam abertas e o povo decidiu seguir em frente atravessando a ponte. Atravessar a ponte a pé foi uma experiência única e maravilhosa, diga-se de passagem. Foi muito lindo também quando estávamos no descendo a ponte e os moradores dos prédios por ali, começaram a balançar "bandeiras" brancas e piscar as luzes! Enfim, descemos a ponte e parte das pessoas decidiram ir até a casa do Governador. Fui atrás do povo mas já estava cansada e não via muito objetivo em ir até lá. Porém, sou uma pessoinha curiosa e segui pra ver o que acontecia.
Quase chegando, minha mãe liga dizendo que já tava bom, que eu já tinha participado, que eu era uma criança feliz e já tava na hora de vir embora porque eu tava casada e tava tarde (sim, jé eram quase 22h).
Ok, cedi ir embora. u.u mas ainda andei até subida da casa do governador, onde a tropa de choque se encontrava barrando o caminho. As pessoas que estavam mais ou menos como líderes, pediram para o povo sentar. O povo sentou, e levantou, e sentou e levantou. E ninguém queria ficar com a merda da bunda no chão porque tava todo mundo com fogo no c*. hahaha mas ainda assim, ninguém estava depredando nada. Bom, achei por  bem que já tava tarde e que se eu realmente não fosse embora, nada ia acontecer a minha pessoa, mas iam me encher a paciência e eu não tava afim de sermão.
Vindo embora encontrei uma prima minha que mora ali perto e tinha ido com o noivo, dar uma olhadinha de curiosa no que tava acontecendo. Ela me convidou pra esperar meu pai me buscar (sim, tive que aceitar que ele viesse porque não estava passando ônibus e as ruas estavam desertas).
Uns minutinhos antes do meu pai chegar, barulhos de bombas, pessoas correndo. Claro, deu merda com a tropa de choque. Não fiquei pra ver, fui embora. Levei metade de um sermão, eu acho.
E foi assim. Gostei muito de ter participado e amanhã terá outro, do qual também irei.

Aparentemente resolvi ir embora bem na hora certa. Porque depois disso houve realmente confronto com a tropa de choque e só restou baderneiros para a mídia ficar feliz e gastar 5 minutos falando do movimento pacífico e 25 da baderna final.
Para um relato do que aconteceu eu aconselho esse link.
Tem gente que gosta né, de confusão. Tem gente que ia voltar pra casa triste se não tivesse falado que respirou gás lacrimogênio e levou/quase levou um tiro de bala de borracha. Tem gente que acha que se não tiver confusão, não foi manifesto. Que coisa hein? Não sei nem o que dizer dessas pessoas.
Pois é, minha gente.  Foi isso. Isso foi o que eu senti e isso foi o que eu vi.
Depois eu conto o de amanhã, talvez.
Inté mais ver.






segunda-feira, 27 de maio de 2013

for further posts



Só vou deixar um link aqui, de uma postagem que acabei de ler de uma pessoa que conta um pouco da sua trajetória trabalhando dentro de uma loja de grande porte, no caso a Livraria Cultura em Curitiba.
Li esse post e me lemrei na mesma hora da loja onde trabalhei. Eu fico aqui privando o nome da empresa, mas acho que num próximo post eu vou contar um pouquinho da minha de como foi minha vida lá dentro e de todas as minhas decepções.
Bom, o caso é que daqui a alguns dias vai fazer um mês que eu saí de lá, e eu achava que eu ia ficar com algum resquício de saudade, mas felizmente (ou infelizmente, não sei) não fiquei com nenhum santo pingo de saudade. De nada. Nem das meninas... não que eu não gostasse delas, eu gostava muito, mas aparentemente não me liguei tanto assim, ou vai ver quando me lembro delas, automaticamente me lembro do serviço e do lugar e aí a saudade não aparece :P

Anyway, estou de volta a universidade e estou muito feliz de não estar mais trabalhando lá. Eu achava que ia estranhar também a universidade, já que eu passei 1 ano praticamente, sem pisar meus pés lá. Achei que eu ia me sentir deslocada e etc. Mas aconteceu, é como se o tempo não tivesse passado, e incrivelmente eu não me sinto estranha por não ter mais colegas de curso. Acho que eu me preparei tanto psicologicamente pra isso que deu certo. Hahaha

Bom, é isso.
Vou deixar o link aqui e espero voltar outro dia pra escrever direitinho.. por agora tenho que dormir!
Inté!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

no work no money.



E aí que a pessoa decide sair do emprego, um dia sai cedo e no outro falta. Não quer pisar o pé dela mais lá, tem saudade de dormir bem tarde e acordar bem tarde, de dormir de tarde, de ler, de desenhar, de namorar mais. Enfim, de viver. Mas não sabe como vai sobreviver sem dinheiro..
Não vai morrer, com certeza. Mas já não basta morar com os pais aos 27 anos de idade, tem também que não ter dinheiro e pedir dinheiro. Não sabe como isso vai funcionar realmente, só sabe que vai ser complicado. 

Inté!


quarta-feira, 13 de março de 2013

decision time.




Which way to go?

Vamos começar com uma pergutinha básica que tem me agoniado durante algum tempo: pessoas devem trabalhar no que gostam ou devem aprender a gostar do que trabalham?
Eu sempre acreditei até hoje, que as pessoas só são felizes quando trabalham no que gostam, e inclusive elas só ganham dinheiro se gostarem do que fazem. Quando você ama o que você faz, você faz com gosto e faz bem, se faz bem vira um bom profissional na área, se você é bom, ganha dinheiro.
Acho que os objetivos da minha vida, são baseados nisso daí. Eu quero feliz, e quero ser feliz com o que faço, assim poderei ganhar um bom dinheiro com isso e ficar bem tanto nas minhas horas vagas quanto nas de trabalho.
Tenho plena consciência de que nem todo trabalho é perfeito e tem hora que a gente cansa, tem hora que enjoa e etc, mas se em 80% do meu tempo eu estiver satisfeita com o que faço e com o lugar onde trabalho, já vai estar ótimo.

Quando entrei pra essa empresa onde trabalho, entrei só porque estava atoa e porque queria dinheiro. Não imaginava ficar, aliás, entrei com planos de sair assim que a greve da universidade acabasse.
Porém, contudo, entretanto, todavia, eu sou uma pessoinha um pouquinho acomodada e eu fui ficando. Eu entendi desde o início que eu ia ter que trabalhar muito (finais de semana e feriados) e ganhar pouco mas eu estava bem lá. Eu conheci um monte de gente nova e eu ria bastante durante minhas horas de trabalho. De repente eu me vi envolvida e um novo universo inteirinho se abriu diante dos meus olhos (clichê!). As pessoas começaram a gostar do meu trabalho e eu fiquei muito feliz com isso. Me foi oferecida um oportunidade de crescimento e eu vi pessoas crescendo rapidamente, achei muito legal. 

Mas nem tudo são flores, e mesmo se fosse, algumas flores tem espinhos. Dentro desse universo novo, eu também vi desde o início que o ambiente que a empresa proporciona pro funcionário trabalhar era péssimo e que a gente fazia serviço de duas pessoas e ganhava pra uma só. Que a pressão era enorme e que os processos a serem cumpridos não iam de acordo com o tanto de metas a serem alcançadas.
Mas eu tava bem, eu não tinha uma ligação direta com a pressão toda e o dinheiro tava me satisfazendo, afinal, eu precisava um pouco dele.

O problema todo foi que assim que o tempo foi passando, meu sentimento de tranquilidade com aquilo foi se esvaindo. Cuidar de dois setores, correr contra o tempo, ocultar coisas, ser cara de pau e insensível. Uma hora eu me vi fazendo essas coisas, que eu sempre julguei erradas, e não me importando com isso. Uma hora eu me vi, sendo ridícula e achando isso normal.

Quando eu realmente pude enxergar isso, tudo de bom que eu tinha visto no início foi por água abaixo, porque pra mim não importa ter oportunidade de crescimento se estou indo contra minha própria índole. Mas ainda assim eu continuei. Fiquei com objetivos de ser promovida, ganhar um salário e cair fora daquele inferno que de repente tudo pareceu ser.

Ainda tenho esse objetivo, mas tenho medo de chutar o balde pra uma oportunidade que está sendo dada. Meio que me foi oferecido mais do que essa promoção, disseram que tenho o perfil da empresa (ainda não consegui julgar se isso é bom ou ruim u.u) e que eu posso crescer rápido se tiver força de vontade e demostrar interesse. E que os cargos superiores são bons e que ganham um dinheiro bacana.

Uma pessoa em especial (a supervisora) disse em uma conversa que quando ela entrou também não tinha objetivo nenhum de ficar e que só queria o dinheiro. Mas que foi se envolvendo.  Disse que também teve muitas dificuldades e que pensou em sair, mas que agarrou a oportunidade e que agora estava satisfeita com o que fazia e era feliz com aquilo. E que ela concorda que as pessoas não trabalham só por dinheiro, que trabalham pra se sentirem satisfeitos, mas que você aprende a gostar do que faz e não simplesmente caí do céu algo que você gosta de fazer.

Não sei, ponderei bastante e ainda não consegui decidir se quero ser essa pessoa que ela é. Não que ela seja má pessoa, com certeza não é, gosto um bocado dela. Mas sei lá, no fim acho que foi só uma lavagem cerebral que ela recebeu. Eles fazem isso, criam robozinhos, só que nem todo mundo vê. Tem muita gente que precisa mesmo do dinheiro e vai aprendendo a conviver com aquilo e acha um máximo pertencer a aquele lugar. Acho que foi o caso dela.

Bom, o interessante do meu texto é que teoricamente eu pareço bastante decidida né? Até porque eu tô de saco cheio, tô contanto as horas pras minhas férias, e ainda vou ter que trabalhar mais 5 dias, que tenho certeza que vão passar se arrastando. 
Mas o fato é que, sei lá, eu vou sair, e não ter dinheiro (sendo que preciso) e ficar "atoa" de novo.



Eu fico com essa sensação estranha de desistência e de que estou fechando uma porta que poderia ser a certa. Mas ao mesmo tempo eu tô esgotada, eu não quero nem pisar meu pé naquele lugar.
Não por causa das pessoas, eu já disse, eu gosto pra caramba de todo mundo de lá, mas pelo fato de que eu não quero mais ir contra meus princípios. E não tem muito como não fazer isso...

Eu não quero me tornar um monstro ou um robô. Eu quero ter direito a descansar nos meus finais de semana e de ficar em casa quando eu ficar doente.

Acho que o problema é que eu me importo muito com a verdade. Talvez se eu fosse mais ambiciosa e quisesse ter dinheiro não importa de que forma, eu estaria lá.

O engraçado é isso, eu sei que se eu quisesse, eu conseguiria ocupar um cargo bom. Até porque quando eu assisti a primeira promoção de funcionários eu pensei comigo mesma: "estarei lá um dia". E aparentemente vou estar.

Bom gente, eu sei que o post ficou massante, e que ficou menos filosofia e mais informações, mas eu precisava de contar essa saga.

Espero que depois das férias eu tenha me decidido com certeza.

Inté.

Assistam esse vídeo que eu achei muito bom. Acho que realmente pertenço a essa new generation.

All work and all play (legendado) from Box1824 on Vimeo.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Time




'So you run and you run to catch up with the sun but it's sinking
Racing around to come up behind you again.

The sun is the same in a relative way but you're older,
Shorter of breath and one day closer to death.'"


Pra começar bem o post, fiquem aí com o trecho de Time, do Pink Floyd, que talvez seja um pouco triste mas não sei porque eu sempre me identifiquei um pouco, não só com essa parte, mas postar a música toda não vem ao caso, ouçam lá no youtube se vocês quiserem.
Sim, eu abandonei aqui as always, mas isso também não vem ao caso e eu não tô afim de ficar aqui escrevendo desculpas e motivos por não ter voltado. Apesar do que, esse post vai acabar explicando um pouco o motivo do sumiço.
Tempo, ou eu tenho demais ou eu não tenho. Nos raros momentos em que eu chego em casa e estou atoa e não tenho sono (pense numa raridade) ou jogando harvest moon (sim, eu sou viciada nessa merda , mesmo não tendo tempo). Anyway, esquece o harvest moon (hehehe) sempre que estou aqui atoa eu fico pensando no tanto que eu quis não ter tempo pra não pensar merda e não ficar triste. O quando cada dia eu desejava secretamente que acontecessem coisas que ocupassem minha vida porque eu tava de saco cheio de ter tempo livre pra pensar em coisas que eu achava que não precisavam ser pensadas.
Mas claro, a gente nunca tá satisfeito com o que tem.. e sim, eu sinto falta do meu tempo livre, dos meus desenhos, dos seriados, dos filmes, dos jogos. Eu só como, durmo e namoro. Até a família começou a reclamar que eu abandonei todo mundo e que eu não faço mais nada. E todo mundo (exceto mamãe) fica me perguntando que dia que eu vou largar meu emprego de merda e voltar a viver.
Eu também me pergunto a mesma coisa e inclusive faço planos para sair daquele lugar, mas né, "no bee, honey, no work, no money" :P
Sim, dinheiro, essa merda que eu amo e que sem eu não sobrevivo hahaha e fora que para meus planos futuros ele é um bichinho necessário.
Sei lá viu, eu admito que trabalhar até a morte amém e namorar camuflaram minha suposta depressão em 90%, mas sei lá, eu ainda ando insatisfeita e isso significa que as coisas ainda não estão boas, o que significa que não adiantou de muita coisa, além de ter sido uma experiência de vida e ter dinheiro.
Mas tá, dinheiro e experiência de vida já são grande coisas, com certeza foi melhor do que ter ficado aqui deitada o dia todo.
Mas o caso é que, no fim, não adiantou muita coisa. Eu quero meu tempo de volta! :P E quando eu tiver ele de volta (se tiver) eu vou querer estar ocupada de novo, e assim vai ser eternamente até que eu ache alguma coisa que eu goste de fazer e poder trabalhar com aquilo, que assim eu vou estar satisfeita com meu tempo que está sendo ocupado e me divertir com o tempo que não está sendo.
Quando que isso vai acontecer, eu não sei. Eu só sei que tem que acontecer. 


Bem, sobre a virada de ano e tudo mais, foi ótimo. Eu curti com a paz de ir na praia ver o sol nascer com pessoas bacanas, violão e ainda poder levar a câmera profissional da minha tia e tirar fotos iradas. (:
Começou bem.
Acho que ainda vai acontecer mta coisa nesse ano.. não tô com vontade de me estagnar. Apesar da preguiça ser enorme como sempre eu ainda ter que resolver minhas pendências na universidade e marcar as minhas aulas de trânsito, eu sinto que começou diferente e eu não passarei meu ano na mesmice (:
Quanto aos meus perrengues de depressão e etc, eu ainda os tenho e eu ainda continuo indo na psiquiatra pra ver que fim dar nisso. Eu tenho consciência de que eles tão mais escondidos do que nunca, mas eu me sinto melhor do que eu estava e eu tento agradecer por isso.

Bom, life moves on and we gotta with the flow.

Acho que depois de muito tempo com tempo de sobra e de algum tempo sem tempo nenhum de sobra, o que vem pela frente deve ser algo intermediário né? :P

Anyway, tô indo. Eu volto quando o tempo permitir e quando eu tiver com vontade de escrever.

Ps: Sim, eu sei que o post tá sem começo nem meio, nem fim, mas whatever, se virem, ninguém nasceu quadrado.

Inté!

Escutem Time, btw. A música é boa (: