Hello, there.
Duas postagens em menos de uma semana, não tão bom né? Mas, é melhor ceder as necessidades do que ficar com as palavras presas dentro da cabeça. Palavras libertas de forma organizada são mais leves do que as que vagam nos meus pensamentos.
Pelo título talvez vocês julguem que esse vai ser um texto de auto-aceitação, mas não, esse vai ser um texto sobre aceitação de outra pessoa, minha mãe.
Eu tenho estado triste ultimamente e eu não estou realmente entendendo ou me esforçando para entender o que se passa ou o que se passou para que esse sentimento reine nesses últimos dias. Em uma não minuciosa checagem mental para ver o que havia de errado, a única coisa que encontrei foi a menstruação, que vez em quando gosta de alterar meus sentimentos.
Enfim, eu já estava um pouco triste ontem (com sorte, não tanto porque tinha acabado de voltar do cinema) quando em uma conversa distraída na cozinha com mamãe e os meninos, pude confirmar minhas suspeitas: mamãe não acredita no meu namoro.
Enfim, eu já estava um pouco triste ontem (com sorte, não tanto porque tinha acabado de voltar do cinema) quando em uma conversa distraída na cozinha com mamãe e os meninos, pude confirmar minhas suspeitas: mamãe não acredita no meu namoro.
É, não é nada realmente novo, eu já sabia em partes disso, eu sou boa em ler as pessoas e eu sabia desde o início por todas as reações que ela tinha diante das coisas que eu falava, que ela achava que esse meu namoro era algo passageiro. Mamãe não é boa em ocultar as reações dela, e sinceramente nem acho que ela quer ser. Porém, eu achava que ao passar 3 anos de namoro, ela tinha aceitado a situação como ela é, o que aparentemente não foi o que aconteceu. A conversa revelou que sim, ela continua achando e creio que também querendo, que o namoro passe.
As vezes, existem dúvidas que talvez você realmente não quisesse saber a verdade e essa era uma delas. Aqui em casa somos mestres em dizer verdade e falar sobre assuntos sérios fingindo ter uma conversa engraçada e despretensiosa. Do tipo: olha, estou rindo e essa conversa está agradável mas o que eu estou dizendo é realmente sério. Isso é tão comum aqui que até eu faço, e parece que é uma maneira simples de dizer as coisas de forma que parece não ferir a pessoa, O que é uma doce ilusão. Na verdade não creio que essa maneira de informar as coisas seja para poupar a outra pessoa, acho que é mais para poupar a nós mesmos na hora de dizer. Falando algo sério despretensiosamente no meio de uma conversa aleatória, de alguma forma é mais fácil e parece retirar um pouco o peso daquilo caso tivesse que ser dito numa conversa mais séria. O que de novo, não passa de uma ilusão, pois para quem recebe as palavras têm o mesmo peso que teriam, não importa a forma como fossem ditas, séria ou despretensiosa.
A conversa era na cozinha e no vai e vem dos assuntos começamos a falar sobre nomes de filhos, como mamãe escolheu os nossos, como os pais da namorada do meu irmão escolheram o dela e como registraram e etc. Eis que os meninos disseram que o nome da filha deles seria Mel, e eu na minha humilde inocência resolvi dizer que eu e J tínhamos escolhido Aimeé. O que claro, como eu imaginava ela achou um nome nada a ver e desnecessário. rs Acho que a maioria das pessoas vão achar isso, afinal eu sei que é um nome um pouco excêntrico. Mas anyway, ficamos lá, eu dizendo que já havia decidido e ela dizendo que o nome era feio e que eu não ia colocar. Foi quando eu disse; eu e J já decidimos. E ela disse: - Não decidiram não, porque ela não é mãe. Ela não vai ser a mãe. E quem for de ser a mãe ou o pai, não vai gostar desse nome. Eu disse: - Ela vai ser sim, e a gente já decidiu. De forma que para piorar o que já tinha sido dito uma vez, ela volta a repetir: - Ela não vai ser não, porque você está aqui e ela lá, e então ela não vai ser. E em sequência eu disse: - Credo mãe, você é ridícula. E recebi de resposta: - Sou mesmo. Mas também te amo. E a conversa se encerra.
As coisas ditas entre risadas em uma conversa que tinha cara de ser leve e engraçada, pesaram de uma forma que por mais que alguém que estivesse só vendo a falação acreditasse que estava tudo tranquilo, até os meninos se calaram e nada mais foi dito.
Ela disse o que queria dizer e eu ouvi o que não queria ouvir.
Não é nada legal saber que a pessoa que você mais quer que aceite o namoro, não aceita. Na verdade, ela aceita, mas a condição que ela se colocou para aceitar a situação foi: tudo passa e esse namoro não vai vingar, de forma que se eu aceitar ele agora vai ser mais fácil, porque logo depois vem o namorado mágico que eu quero para minha filha. Para que ela case (e não me convide para festas de casamento, pois eu as odeio) e tenha netos, porque eu amo bebês e quero ter netos em uma família normal como todas as outras.
Ah sim, como todas as outras.... chega até a ser hilário né? Mas é engraçado como uma pessoa como mamãe, que diz ser mente aberta ainda se curva diante das convenções ditadas pela sociedade. Todos casam, todos têm filhos, todos namoram pessoas do sexo oposto e a vida é linda. Ah sim, gays também são lindos, eu aceito eles, mas você poderia não ser né?
A vida é linda, eu aceito todo tipo de amor e todo tipo de família. Eu aceito famílias que avós cuidam dos netos no lugar da mãe, eu aceito família com só uma mãe ou só um pai, eu aceito núcleos familiares de todos os tipos. Mas eu espero, do fundo do meu coração que você seja feliz não pertencendo a nenhum deles, porque todos esses outros núcleos que não estão encaixados pelo que a sociedade carrega como significado de família podem sim serem felizes, mas são caminhos dolorosos e requerem sacrifícios.
É, eles requerem sim sacrifícios. Mas diga-me, o que é na vida que não os requer? Sempre que você escolhe um caminho em uma bifurcação, você está deixando o outro de lado e isso talvez tenha sido um "sacrifício".
As pessoas trilham caminhos diferentes, e encontram a felicidade de formas variadas. Se eu estou no caminho certo e se eu deixei para trás coisas que poderiam ter dado certo? Vai saber. O que importa é que sigo tentando acreditar nos caminhos que escolhi, porque só assim eles têm a chance de dar certo. E eu queria muito, que mamãe pudesse acreditar neles comigo. Eu sei que isso talvez seja pedir muito. Tá certo, não precisa acreditar em todos, mas esse namoro já não é um caminho fácil e não ter a aceitação de uma pessoa importante é algo que pesa um pouquinho.
Eu poderia aqui usar a mesma frase que ela usou para minha tia de BH em uma situação em que essa minha tia queria muito que eu fosse passar uns dias lá, mas a situação não permitia. Minha tia continuou insistindo, porque queria muito que eu fosse e bolou diversas estratégia para que eu pudesse ir ficar com ela mas realmente não foi possível. Então mamãe disse pra ela: - Dê, querida. Aceita que dói menos.
Eu espero que ela aceite um dia. Mas é um aceitar mesmo, do fundo do coração, sem "mas" e/ou "poréns". Sem condições. Só aceitação.
Enfim, acho que é isso. Existem milhões de assuntos a se desenrolar a partir desse texto, mas por enquanto não caberão aqui nessa postagem, fica para uma próxima talvez.
Vou deixar essa imagem para finalizar a postagem. Uma imagem que encerra a postagem dizendo para eu aceitar a não aceitação da minha mãe. Afinal, "a gente sempre é livre para escolher mas não somos livres das consequências das escolha que fizemos".
Até.
Eu espero que ela aceite um dia. Mas é um aceitar mesmo, do fundo do coração, sem "mas" e/ou "poréns". Sem condições. Só aceitação.
Enfim, acho que é isso. Existem milhões de assuntos a se desenrolar a partir desse texto, mas por enquanto não caberão aqui nessa postagem, fica para uma próxima talvez.
Vou deixar essa imagem para finalizar a postagem. Uma imagem que encerra a postagem dizendo para eu aceitar a não aceitação da minha mãe. Afinal, "a gente sempre é livre para escolher mas não somos livres das consequências das escolha que fizemos".
Até.