domingo, 21 de junho de 2015

Acceptance.

Hello, there.

Duas postagens em menos de uma semana, não tão bom né? Mas, é melhor ceder as necessidades do que ficar com as palavras presas dentro da cabeça. Palavras libertas de forma organizada são mais leves do que as que vagam nos meus pensamentos.

Pelo título talvez vocês julguem que esse vai ser um texto de auto-aceitação, mas não, esse vai ser um texto sobre aceitação de outra pessoa, minha mãe.

Eu tenho estado triste ultimamente e eu não estou realmente entendendo ou me esforçando para entender o que se passa ou o que se passou para que esse sentimento reine nesses últimos dias. Em uma não minuciosa checagem mental para ver o que havia de errado, a única coisa que encontrei foi a menstruação, que vez em quando gosta de alterar meus sentimentos.

Enfim, eu já estava um pouco triste ontem (com sorte, não tanto porque tinha acabado de voltar do cinema) quando em uma conversa distraída na cozinha com mamãe e os meninos, pude confirmar minhas suspeitas: mamãe não acredita no meu namoro.

É, não é nada realmente novo, eu já sabia em partes disso, eu sou boa em ler as pessoas e eu sabia desde o início por todas as reações que ela tinha diante das coisas que eu falava, que ela achava que esse meu namoro era algo passageiro. Mamãe não é boa em ocultar as reações dela, e sinceramente nem acho que ela quer ser. Porém, eu achava que ao passar 3 anos de namoro, ela tinha aceitado a situação como ela é, o que aparentemente não foi o que aconteceu. A conversa revelou que sim, ela continua achando e creio que também querendo, que o namoro passe.

As vezes, existem dúvidas que talvez você realmente não quisesse saber a verdade e essa era uma delas. Aqui em casa somos mestres em dizer verdade e falar sobre assuntos sérios fingindo ter uma conversa engraçada e despretensiosa. Do tipo: olha, estou rindo e essa conversa está agradável mas o que eu estou dizendo é realmente sério. Isso é tão comum aqui que até eu faço, e parece que é uma maneira simples de dizer as coisas de forma que parece não ferir a pessoa, O que é uma doce ilusão. Na verdade não creio que essa maneira de informar as coisas seja para poupar a outra pessoa, acho que é mais para poupar a nós mesmos na hora de dizer. Falando algo sério despretensiosamente no meio de uma conversa aleatória, de alguma forma é mais fácil e parece retirar um pouco o peso daquilo caso tivesse que ser dito numa conversa mais séria. O que de novo, não passa de uma ilusão, pois para quem recebe as palavras têm o mesmo peso que teriam, não importa a forma como fossem ditas, séria ou despretensiosa. 

A conversa era na cozinha e no vai e vem dos assuntos começamos a falar sobre nomes de filhos, como mamãe escolheu os nossos, como os pais da namorada do meu irmão escolheram o dela e como registraram e etc. Eis que os meninos disseram que o nome da filha deles seria Mel, e eu na minha humilde inocência resolvi dizer que eu e J tínhamos escolhido Aimeé. O que claro, como eu imaginava ela achou um nome nada a ver e desnecessário. rs Acho que a maioria das pessoas vão achar isso, afinal eu sei que é um nome um pouco excêntrico. Mas anyway, ficamos lá, eu dizendo que já havia decidido e ela dizendo que o nome era feio e que eu não ia colocar. Foi quando eu disse; eu e J já decidimos. E ela disse: - Não decidiram não, porque ela não é mãe. Ela não vai ser a mãe. E quem for de ser a mãe ou o pai, não vai gostar desse nome. Eu disse: - Ela vai ser sim, e a gente já decidiu. De forma que para piorar o que já tinha sido dito uma vez, ela volta a repetir: - Ela não vai ser não, porque você está aqui e ela lá, e então ela não vai ser. E em sequência eu disse: - Credo mãe, você é ridícula. E recebi de resposta: - Sou mesmo. Mas também te amo. E a conversa se encerra.
As coisas ditas entre risadas em uma conversa que tinha cara de ser leve e engraçada, pesaram de uma forma que por mais que alguém que estivesse só vendo a falação acreditasse que estava tudo tranquilo, até os meninos se calaram e nada mais foi dito.

Ela disse o que queria dizer e eu ouvi o que não queria ouvir. 

Não é nada legal saber que a pessoa que você mais quer que aceite o namoro, não aceita. Na verdade, ela aceita, mas a condição que ela se colocou para aceitar a situação foi: tudo passa e esse namoro não vai vingar, de forma que se eu aceitar ele agora vai ser mais fácil, porque logo depois vem o namorado mágico que eu quero para minha filha. Para que ela case (e não me convide para festas de casamento, pois eu as odeio) e tenha netos, porque eu amo bebês e quero ter netos em uma família normal como todas as outras. 
Ah sim, como todas as outras....  chega até a ser hilário né? Mas é engraçado como uma pessoa como mamãe, que diz ser mente aberta ainda se curva diante das convenções ditadas pela sociedade. Todos casam, todos têm filhos, todos namoram pessoas do sexo oposto e a vida é linda. Ah sim, gays também são lindos, eu aceito eles, mas você poderia não ser né?
A vida é linda, eu aceito todo tipo de amor e todo tipo de família. Eu aceito famílias que avós cuidam dos netos no lugar da mãe, eu aceito família com só uma mãe ou só um pai, eu aceito núcleos familiares de todos os tipos. Mas eu espero, do fundo do meu coração que você seja feliz não pertencendo a nenhum deles, porque todos esses outros núcleos que não estão encaixados pelo que a sociedade carrega como significado de família podem sim serem felizes, mas são caminhos dolorosos e requerem sacrifícios.
É, eles requerem sim sacrifícios. Mas diga-me, o que é na vida que não os requer? Sempre que você escolhe um caminho em uma bifurcação, você está deixando o outro de lado e isso talvez tenha sido um "sacrifício". 

As pessoas trilham caminhos diferentes, e encontram a felicidade de formas variadas. Se eu estou no caminho certo e se eu deixei para trás coisas que poderiam ter dado certo? Vai saber. O que importa é que sigo tentando acreditar nos caminhos que escolhi, porque só assim eles têm a chance de dar certo. E eu queria muito, que mamãe pudesse acreditar neles comigo. Eu sei que isso talvez seja pedir muito. Tá certo, não precisa acreditar em todos, mas esse namoro já não é um caminho fácil e não ter a aceitação de uma pessoa importante é algo que pesa um pouquinho.

Eu poderia aqui usar a mesma frase que ela usou para minha tia de BH em uma situação em que essa minha tia queria muito que eu fosse passar uns dias lá, mas a situação não permitia. Minha tia continuou insistindo, porque queria muito que eu fosse e bolou diversas estratégia para que eu pudesse ir ficar com ela mas realmente não foi possível. Então mamãe disse pra ela: - Dê, querida. Aceita que dói menos.

Eu espero que ela aceite um dia. Mas é um aceitar mesmo, do fundo do coração, sem "mas" e/ou "poréns". Sem condições. Só aceitação.

Enfim, acho que é isso. Existem milhões de assuntos a se desenrolar a partir desse texto, mas por enquanto não caberão aqui nessa postagem, fica para uma próxima talvez.
Vou deixar essa imagem para finalizar a postagem. Uma imagem que encerra a postagem dizendo para eu aceitar a não aceitação da minha mãe. Afinal, "a gente sempre é livre para escolher mas não somos livres das consequências das escolha que fizemos".

Até.





sábado, 20 de junho de 2015

Pequenas coisas.



Bom, hoje eu não sei realmente o que me fez parar aqui. Eu terminei de assistir um filme (velho por sinal) total água com açúcar e com um final mega feliz e ao invés de eu me sentir feliz também, acabei por ficar triste. Me deu uma agonia no peito, uma tristeza estranha e eu acabei por vir pra cá.
Não é de hoje que sabemos que quando fico triste tenho vontade de escrever, mas hoje, até isso foi estranho. Tive vontade de vir escrever mas não tenho nenhum assunto em especial para ficar aqui "desemaranhando".


Foi quando me lembrei que talvez se eu apenas viesse contar a história da "noivinha" poderia ajudar a aliviar a tristeza através dessa organização de palavras em texto narrativo. Já tem algum tempo realmente que eu tenho vontade de escrever esse "acontecido", mas não vim antes porque fiquei esperando a inspiração e principalmente o motivo pelo qual escrever sobre isso. Outro dia me deparei com uma situação que foi exatamente como dessa história que vou contar. Essa situação me fez remeter a essa lembrança e por um dia inteiro eu fiquei pensando na relação entre os dois acontecimentos e em escrevê-los assim que possível. No dia, consegui fazer relação com outros episódios parecidos durante a minha vida, mas por algum motivo secreto depois de tê-los lembrandos por alguns dias, dei por esquece-los e por mais que eu me esforce não consigo lembrar do que foi que aconteceu aquele dia que me fez recordar esse acontecido. E olha que eu já fiz algum esforço para lembrar. Enfim, eu estava esperando que as lembranças viessem a tona para então escrever, porque assim ia ser uma postagem mais completa, mas já que não me lembro e hoje precisei de escrever, vai faltando um pedaço mesmo.

Eu poderia nomear essa história de "A noivinha". Certo dia, alguns anos atrás, em torno de uns 5-6 anos, eu estava namorando "firme" já tinha pelo menos mais de um ano (acho que talvez tivesse mais tempo, não me recordo e não estou afim de tentar fazer as contas). Eu entrei no meu quarto e vi do lado do espelho, na parede, uma borboleta (na verdade uma mariposa, porque pousa com as asas abertas) pequena e branca. Mas não, não era somente branca, era totalmente branca, não tinha uma santa parte preta ou escura, que nem essa da foto da postagem. E como eu adoro animais e insetos interessantes, sai correndo que nem criança chamando mamãe. "- Mãe, mãe, vem ver!! Uma borboleta toda branca!!! Vem ver que linda!!" Não me lembro exatamente a reação de mamãe, mas deve ter sido algo do tipo: "ah, legal". (o que realmente não importa nessa  história hahaha). Eis que, aparece minha madrinha (creio que elas estavam conversando na porta de casa) e diz: "Olha! É uma noivinha! Você vai casar. Todo mundo que vê uma noivinha, casa logo depois. Antes de eu casar, eu vi uma noivinha." E eu fiquei lá, calada tentando assimilar aquilo sobre casamento. Fiquei feliz, claro. Não me lembro que se sucedeu depois disso, só me lembro que de vez em quando eu vinha checar onde estava a borboleta e uma certa hora, eu vim checar como ela estava e me deparei com ela morta. Bobeiras da vida essas histórias de borboletas precederem casamentos, porém a primeira coisa que pensei foi "a noivinha morreu, não vou casar". E bom, foi isso. Desde então eu nunca me esqueci desse acontecimento, e toda vez que eu penso em casar ou ouço assuntos sobre casamentos eu me lembro da borboleta noivinha e da morte dela.


Pequenas coisas, grandes marcos na vida. Eu tenho dessas coisas na cabeça sabe? Que tudo quer me dizer alguma coisa. E isso acaba fazendo que pequenos detalhes vierem grandes acontecimentos. Penso que se talvez a noivinha não tivesse morrido, eu provavelmente teria mais facilidade de casar. Não por causa da borboleta em si, mas por acreditar que tendo visto uma noivinha significa que com certeza eu iria casar. Mas, a noivinha morreu e hoje eu tenho dúvidas se casarei. Sei que isso é coisa da minha cabeça e a situação acabou por me influenciar, mas uma vez que aconteceu não vejo como desfazer. 

O fato é que, eu tenho aprendido que o segredo não é desfazer o que já foi feito, isso realmente não existe e sim contornar a situação e seguir por outro caminho. Tentar não ficar que nem formiga perdida quando cortam seu caminho. Tentar ser mais que nem as formigas chefe, que caçam o caminho de volta dando uma desviada do obstáculo ou simplesmente passando por cima dele. Enfim, de novo, meu problema maior não é saber o que fazer  e sim por a mão na massa. Arrumar um jeito de contornar a morte da noivinha, rs. Não tem como esquecer, mas tem como arrumar um outro tipo de pensamento que talvez anule o poder daquela crença.

Bom, eu teria mais o que escrever mas eu vou aproveitar que a tristeza deu uma trégua (assim como eu previa rs) e o sono veio pra ficar e vou dormir, porque né, já são 2h da manhã e atualmente isso é MUITO tarde.  

Como as coisas mudam né? Quem diria que um dia eu ia achar duas da matina tarde. rs. Mas bem, tópico para uma outra postagem né? Boa sorte com a noivinha de vocês. rsrs

Até!